A
vida humana é pautada por muitas entradas e saídas. 2018 foi um ano
em que entrei em muitos espaços e permiti que me fizessem de porto
em diversas ocasiões. Esses haveres somados e trocados fundam
planetas em que gostamos de morar. Foi através de uma excursão pela
galáxia da literatura que entrei em contato com o Selo Editorial
Aliás, um coletivo feminino majoritariamente de Fortaleza (mas
também do Recife e do Rio de Janeiro) que lançou chamada nacional
para contos em torno do tema "A cidade e os desejos". Assim
que vi a proposta, soube que meu conto "7x1", produzido no
âmbito do processo de formação de escritores da Festa Literária
das Periferias (FLUP) - projeto ninjitsu- poético- afrofuturista
capitaneado anualmente na capital fluminense pela dupla Ecio Salles e
Julio Ludemir - casaria à perfeição, pois nele há isso: a cidade
do Rio de Janeiro e seu desejo de pulsar via sexo. Seleção feita,
eu e outras vinte e quatro mulheres figuramos falando das
vicissitudes do ser feminino, sua pletora de sulcos, invaginações e
resistências.
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Fórum das Minas |
Resistência
é a palavra de toque do planeta mulher. Com isto em mente, a Aliás
lançou ainda em 2018 "Boca de cachorro louco", romance
testemunhal de Kah Dantas, resposta literária às consequências de
um relacionamento abusivo. Anna Karine Lima, uma das mulheres- Aliás,
anunciou que Kah estaria no Rio e ofereceu uma conversa com a autora
a quem se interessasse. Ofereci a palestra as minhas colegas
professoras do Colégio Pedro II, que, através do projeto Fórum das
Minas, permitiram que Kah expusesse sua escrita e sua experiência de
vida a nossos alunos secundaristas.
A parceria com a Aliás se consolidou em novembro, com a encomenda de uma zine. Assim surgiu "Formas quentes de beber", escrita no calor do momento, elétrica, desprogramática, musical, meu primeiro trabalho totalmente solo, voo rasante para os domínios de outra órbita. Eis que, em um ano tão frutífero, em que encaminhei um projeto de escrita literária decididamente profissional, com publicações em diferentes editoras independentes (além da Aliás de Fortaleza, a Lendari de Manaus, a Metanoia do Rio de Janeiro, em breve a Calamares de Belo Horizonte), o pontapé inicial desta jornada aconteceu ainda em janeiro, ao lado destas amazonas nordestinas, sigrando a poeira das estrelas de novos começos, tanto elas como eu. Lembro do meu primeiro encontro com Anna Karine e Davila, no salão LER, para lançarmos o "As cidades...", sem que pudesse saber àquela altura que os nomes delas e os de Taciana (cineasta pertencente ao coletivo Aliás) se incorporariam tão firmemente a meu imaginário. Mas é bem isso o que acontece quando se desfralda o Universo em aventura exploratória: on fait connaissance.
A parceria com a Aliás se consolidou em novembro, com a encomenda de uma zine. Assim surgiu "Formas quentes de beber", escrita no calor do momento, elétrica, desprogramática, musical, meu primeiro trabalho totalmente solo, voo rasante para os domínios de outra órbita. Eis que, em um ano tão frutífero, em que encaminhei um projeto de escrita literária decididamente profissional, com publicações em diferentes editoras independentes (além da Aliás de Fortaleza, a Lendari de Manaus, a Metanoia do Rio de Janeiro, em breve a Calamares de Belo Horizonte), o pontapé inicial desta jornada aconteceu ainda em janeiro, ao lado destas amazonas nordestinas, sigrando a poeira das estrelas de novos começos, tanto elas como eu. Lembro do meu primeiro encontro com Anna Karine e Davila, no salão LER, para lançarmos o "As cidades...", sem que pudesse saber àquela altura que os nomes delas e os de Taciana (cineasta pertencente ao coletivo Aliás) se incorporariam tão firmemente a meu imaginário. Mas é bem isso o que acontece quando se desfralda o Universo em aventura exploratória: on fait connaissance.
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Salão Ler Lançamento do E-book "As Cidades e os Desejos" Acesse outras publicações do Aliás Selo Editorial: https://goo.gl/3L8v2j |
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Formas Quentes de Beber, de Juliana, Berlim é uma publicação do
Aliás Selo Editorial, disponível para leitura na plataforma Calameo.
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Juliana Belim é professora de Língua Portuguesa e Literatura do Colégio Pedro II. Conduz no mesmo colégio, o projeto de iniciação científica Neuromancers, de leitura e pesquisa sobre romances de ficção científica, bem como faz parte do corpo docente da pós-graduação Lato Sensu Ererebá – Educação Étnico-Raciais no Ensino Básico. Participou de três edições da FLUP – Festa Literária das Periferias, com a publicação de quatro contos no total.
Formas Quentes de Beber, de Juliana, Berlim é uma publicação do
Aliás Selo Editorial, disponível para leitura na plataforma Calameo.
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Juliana Belim é professora de Língua Portuguesa e Literatura do Colégio Pedro II. Conduz no mesmo colégio, o projeto de iniciação científica Neuromancers, de leitura e pesquisa sobre romances de ficção científica, bem como faz parte do corpo docente da pós-graduação Lato Sensu Ererebá – Educação Étnico-Raciais no Ensino Básico. Participou de três edições da FLUP – Festa Literária das Periferias, com a publicação de quatro contos no total.