Naná Sodré em cena |
Quando o espetáculo Cordel do Amor sem Fim, uma montagem do Grupo O Poste (Naná é uma das fundadoras do grupo), circula pelo país, ela descobre que em outros estados existiam festivais que promoviam ações afirmativas com artistas negros. Nasce então a proposta de produzir um festival com a mesma temática em Pernambuco. Uma mostra que colocasse o negro como protagonista: A Mostra Luz Negra – O Negro em estado de representação
Com
duas edições, a primeira patrocinada pela Petrobrás e incentivada
por edital, a mostra rompe barreiras históricas e fortalece uma
visibilidade não apenas para os artistas negros, mas também para um
público carente de representatividade. A segunda edição é marcada
pela falta de apoio institucional. Mas com todas as dificuldades O
Grupo O Poste decide que o evento deve acontecer anualmente.
É
criado um financiamento coletivo, que somado a parcerias, estabelece
o alicerce para a concretização de atividades e o pagamentos de
taxas básicas do espaço. O crowdfunding e a colaboração dos
artistas fortaleceram ainda mais a continuidade de ações
formativas. Na programação grupos tradicionais de terreiros e de
dança se conectaram com escritores, acadêmicos e com o público.
Eles se tornam responsáveis por fomentar uma rede quando atuam em
conjunto para a produção da Mostra.
A pauta inicial do Mirada tinha o objetivo de produzir uma série de matérias sobre festivais
independentes no Estado (sugestão da atriz Andréa
Veruska), mas conversar com Naná Sodré é uma aula, uma tradução
do verdadeiro significado da palavra empatia: O seu sorriso chama pra resistência: "Existe
algo muito maior dentro dessa representação. Existe a irmandade.
Sabe aquela coisa de ficar todo mundo junto e ser mais forte?”
Aqui
você pode assistir toda a entrevista. No vídeo Naná conta a sua trajetória como atriz, fala da sua família, O Grupo O Poste,
da necessária visibilidade para o artista negro, da riqueza cultural
de Pernambuco e muito mais.
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Taciana
Oliveira é
cineasta, torcedora do Sport Club do Recife, apaixonada por
fotografia, café, música e literatura. Coleciona memórias e
afetos. Acredita no poder do abraço. Canta pra quem quiser ouvir:
Ter bondade é ter coragem.