Façam suas vidas extraordinárias!


Sociedade dos Poetas Mortos, Direção de Peter Weir, 1990

por Erica Guerra e Ronney Diniz

Sociedade dos Poetas Mortos é um drama dirigido por Peter Weir e estrelado por Robin Williams. Foi um dos filmes mais marcantes do cinema norte-americano da década de noventa e faz uma crítica ao sistema de ensino tradicional.

A história se passa nos Estados Unidos, no ano de 1959, numa instituição de ensino tradicional chamada Academia Welton, considerada um das melhores escolas da época. O drama gira em torno de John Keating (Robin Williams), um professor e ex-aluno da instituição que lecionava na Chester School, em Londres, e é chamado para substituir o agora aposentado professor de Literatura.

A escola para rapazes de ensino médio tem cem anos de história e possui como ideal didático um ensino rígido e inflexível como o que se vê no universo militar. A filosofia de ensino está baseada em quatro pilares: a tradição, a honra, a disciplina e a excelência. Inclusive no próprio uniforme dos alunos que utilizam ternos com vários brasões.

O professor John Keating é nada convencional, confronta os valores ultraconservadores da Welton e busca valorizar a expressão artística e a liberdade de seus alunos através da poesia e da arte. Já na sua primeira aula, John ensina aos alunos o conceito que irá transformar as suas vidas, a frase Carpe diem que significa “Aproveite o dia”.

Aos poucos o professor, através da leitura de poesias e clássicos da literatura, mostra aos seus alunos a beleza da vida, ensinando-os a perceberem o mundo a partir de ângulos diferentes. Com técnicas fora do convencional e desafiadoras. Como por exemplo, quando pede que seus alunos subam em cima das suas escrivaninhas para enxergar a vida sob uma outra perspectiva.
O objetivo de John Keating é fazer com que seus alunos pensem por si próprios, desenvolvendo uma visão crítica da vida e da sociedade e também expondo seus sentimentos ao escreverem poemas, algo considerado como um extremo tabu para a época. Alguns garotos de sua classe passam a viver o ideal do Carpe Diem pregado por Keating e acabam descobrindo que, quando estudou em Welton, ele fez parte da “Sociedade dos Poetas Mortos”, um grupo de poesia e expressão de ideias. Então resolvem recriar o grupo secretamente, fazendo-os criar coragem de se expressar e irem em busca de seus sonhos.

Até que um de seus alunos, o Neil resolve tornar-se ator, porém ele é extremamente reprimido pelo seu pai, que não o aceita, então o garoto acaba decidindo acabar com a própria vida. Por causa desta tragédia, o diretor da escola resolve punir o professor Keating, demitindo-o e acabando com a Sociedade dos Poetas Mortos. Como cena final do filme, o professor se despede dos alunos na sala de aula que sobem em suas escrivaninhas e gritam: “Oh Capitão, meu Capitão”, como forma de protesto ao ensino inflexível e autoritário da escola.

Este filme faz uma reflexão sobre o sistema de ensino atual, que ainda hoje apresenta muitos valores tradicionalistas. Isso é percebido não só no ensino, mas também na própria sociedade, que não se preocupa com os anseios e as individualidades de cada ser humano.

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por Kamila Ataíde e Ygor Vinícius

Sociedade dos Poetas Mortos é um filme dirigido por Peter Weir, com uma trama que se passa nos Estados Unidos, no ano de 1959, em uma escola tradicional chamada Academia Welton. Com cem anos de história e tradicionalismo, a Academia Welton é uma instituição de ensino rígida, inflexível, de grandes semelhanças com o universo militar, trazendo como pilares fundamentais a tradição, a honra, a disciplina e a excelência.

John Keating (Robin Williams) é um ex aluno da Academia Welton que agora retorna à casa para atuar enquanto professor de literatura. Na sua primeira aula, Keating traz para a classe um conceito que transforma a vida de alguns dos jovens, apresentando a frase Carpe Diem — uma tradução para "Aproveite o dia, meninos. Façam suas vidas extraordinárias” — incutindo nos jovens o reconhecimento dos próprios desejos, sonhos, enaltecendo a importância de viver com coragem e consciência cada momento da vida. Carpe Diem, inclusive, ficou entre as 100 frases mais citadas em longas-metragens de acordo com o American Film Intitute, entrando para história do cinema.

Com o passar do tempo, Keating começa a inspirar nos alunos a beleza e o dom da vida através da poesia e clássicos da literatura, estimulando novas perspectivas de ver o mundo, revelando também um método de ensino totalmente fora da caixa. Ele solicita que os alunos subam à mesa para enxergar a vida de um novo ângulo. Aos poucos os estudantes se interessam cada vez mais pelas aulas de literatura, e reconhecem no professor o exemplo e a inspiração, provocando uma busca no anuário da escola no período que ele estudou. Assim se deparam com o termo “Sociedade dos Poetas Mortos” e descobrem o seu significado. A partir dessa revelação, um grupo de alunos reproduz encontros, métodos de leitura no mesmo lugar onde se nasceu a tal Sociedade.
Neil Perry (Robert Sean), um dos integrantes do grupo, torna-se um dos membros mais entusiasmados com o projeto, com as ideias e ideologias transmitidas pelas aulas de literatura de Keating, permitindo sentir, analisar e refletir sobre o que de fato gosta e deseja fazer de seu futuro, tomando para si a autonomia de pensamento.
Dentro de um ambiente arbitrário, dominador, opressor, a metodologia humanizada do professor começa a dar frutos, se fazendo clara a necessidade de criar novos mundos, estimular descobertas e encorajar o auto-conhecimento e exploração das próprias inquietações. Apesar da história se passar nos idos dos anos 1950, as problemáticas apresentadas permanecem profundamente atuais. As famílias que inscreviam seus filhos na instituição esperavam que os adolescentes saíssem de lá com um futuro profissional garantido e promissor, naquilo que eles desejavam e determinavam aos filhos. Diante desse grande cenário de opressão, transmitido até pelos próprios familiares, vê-se uma esfera de angústias, medos, tristezas, inseguranças típicas da adolescência .

Através da literatura, Keating dá ferramentas para que os alunos investiguem os próprios frenesis, ansiedades, inquietudes e procura colocá-los no mundo sob a perspectiva de se enxergarem como chaves essenciais para a transformação dos seus próprios mundos, revelando uma metodologia não só pedagógica como política.
Essa libertação provocada pela humanização da metodologia de ensino do professor Keating, a qual incentiva a valorização dos sentimentos, gostos, desejos, da emancipação do pensamento, se mostra tão iluminada quanto obscura quando se considera o contexto histórico dos costumes e educação da época, que não permitia que adolescentes tivessem pensamentos livres, autônomos e pudessem decidir sobre o próprio futuro. A rigidez da época não abre espaços, sequer brechas, para diálogos que envolvessem os sentimentos ou vontades dos adolescentes. Neil Perry, se redescobre quando constata, a partir de suas reflexões, auto-conhecimento e “carpe diem”, o desejo de ser ator. No entanto, vê-se entre a certeza do que deseja para o seu futuro e a opressão e arbitrariedade do próprio pai, que não o permite seguir com o que deseja para a própria vida. Tal impossibilidade e repressão, levou Neil a fins drásticos por não suportar conviver com a frustração e não aceitação do pai, e opta pelo suicídio.
Sociedade dos Poetas Mortos revela que algumas ideias são extremamente revolucionárias se aplicadas em uma determinada época. A ignorância e intolerância pode até impedir que sejam praticadas e desenvolvidas, porém a vida nos mostra que elas não deixam de penetrar na essência de quem as ouve e valoriza


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O Sorriso de Mona Lisa, Direção de Mike Newell,  2003


por Felipe Rocha e Larissa Gomes


O Sorriso de Mona Lisa, drama de longa metragem, é um filme americano de 2003, produzido pelo Revolution Studios e Columbia Pictures, dirigido por Mike Newell e escrito por Lawrence Konner e Mark Rosenthal, com duração de 125 minutos. O título é uma referência ao quadro Mona Lisa, de Leonardo da Vinci, por seu sorriso enigmático não definir se ela está feliz muito embora esteja sorrindo, ou seja, nem sempre as coisas são o que parecem ser.
O filme retrata os costumes e padrão ocorridos na década de 1950, e toda a história se passa dentro da escola tradicional para moças “Welleley College” onde o principal objetivo era preparar as alunas para serem esposas cultas e mães responsáveis.

Julia Robert interpreta Katharine, uma professora que é convidada à lecionar a disciplina História da Arte nessa escola. Ela não possuía muito prestigio, embora tivesse profundo conhecimento e um belo currículo.
Na primeira aula, a professora Katharine ainda não conhecia a turma e se espanta ao notar o quanto as alunas estão preparadas pelo rigoroso ensino, sabendo detalhadamente de todo o programa de aula. Alunas estavam confortáveis e dominantes, pois seguiram a rigor o plano de aula e dominaram todo o conteúdo, entendiam que sendo disciplinadas e decorando a apostila elas teriam todo conhecimento que precisavam.

Desconfortável com a situação, Katharine decide então buscar novos métodos para ensinar o conceito de Arte Moderna. O planejamento da segunda aula é totalmente fora do esperado pelas alunas. A professora expõe imagens que não estavam nos livros e apostilas. Propõe uma discussão para além do que está escrito em algum lugar, solicita que as alunas pensem e reflitam a respeito do conteúdo da aula, fazendo com de saiam “da caixinha” e se deparem com o inesperado.

Katharine teve que buscar novos caminhos para transformar suas aulas e suas alunas, dando a elas uma visão de mundo muito além dos livros. No decorrer do filme os laços de amizade vão se estreitando e as alunas vão questionando se realmente o modo de vida que levam é o melhor para elas. Por que diferente dos homens elas não poderiam escolher qual o seu lugar no mundo ao mesmo tempo em que constituem uma família?

A obra traz um período de extrema importância para a emancipação feminina. Onde as mulheres estavam aprendendo que não bastava conhecer as coisas nos livros, mas precisavam ser produtoras de suas vidas e serem capazes de desenvolver o senso crítico.

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*Na edição desse mês temos a participação dos alunos de Redação Publicitária – RTVC, do Curso de Publicidade da Faculdade ESM/FAMA, para a produção de resenhas críticas de duas produções cinematográficas: Sociedade dos Poetas Mortos e o Sorriso de Mona Lisa. Em um momento tão complicado para a educação pública no Brasil, convido vocês para a leitura. Agradeço a participação de todos, que além da criação textual, promoveram um debate crítico sobre os filmes escolhidos.
                                                                                             Taciana Oliveira
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