Divulgação por Fredy
Antoniazzi__
A Coleção BH. A cidade de cada um comemora 15 anos, recontando a história da capital com o livro Arraial do Curral del Rei
A
poeira das obras que ergueram a nova capital de Minas Gerais no
século XIX ainda encobre a história sofrida do povoado que lhe deu
origem. Este é o tema de “Arraial do Curral del Rei”, da
escritora Adriane Garcia, 34° título da coleção sobre Belo
Horizonte criada em 2004, pela Conceito Editorial. Escrito em
versos, uma inovação entre as narrativas da série, o livro de
intensa força poética é, segundo a autora
“uma espécie de romanceiro, que dá voz aos habitantes que a
história não registrou, apenas expulsou”. O evento será
no dia 9 de novembro, a partir das 10h30 da manhã, nos jardins
internos do Palácio das Artes.
Na
ocasião, os editores José Eduardo Gonçalves e Silvia Rubião vão
reunir autores, personalidades e leitores que ajudaram a dar vida à
coleção ao longo desses 15 anos de sucesso. A escolha do local é
também bastante representativa. Além de ser o grande templo da
Cultura mineira, o Palácio das Artes é integrado ao Parque
Municipal, patrimônio ambiental criado no projeto original da
cidade, que já foi tema da série. No mesmo evento, serão lançadas
também as novas edições dos livros Cine
Pathé e Pampulha, revistas
pelos autores Celina
Albano
e Flávio
Carsalade,
respectivamente.
Flávio Carsalade e Celina Albano |
Desde
setembro de 2004, a coleção
BH. A cidade de cada um
vem construindo a memória afetiva da cidade por meio de textos
literários escritos por pessoas de diversas gerações, escolhidas
por sua grande identificação com os temas trabalhados. Tendo como
ponto de partida suas vivências pessoais, eles falam sobre bairros,
lugares, fatos e personagens diversos, sem o compromisso de se
prenderem à historia oficial, gerando grande empatia entre os
moradores e admiradores da capital mineira. O
livro Arraial do Curral
del Rei tem o patrocínio
do Hospital Mater Dei, por meio da Lei Municipal de Incentivo
à Cultura, e conta com o apoio cultural da Rede Globo Minas.
Fazem
parte da coleção os seguintes 33 títulos: Lagoinha,
de Wander
Piroli,
Mercado
Central,
de Fernando
Brant,
Estádio
Independência,
de Jairo
Anatólio Lima,
Rua
da Bahia,
de José
Bento Teixeira de Salles,
Fafich,
de Clara
Arreguy,
Parque
Municipal,
de Ronaldo
Guimarães,
Praça
Sete,
de
Angelo Oswaldo de Araújo Santos,
Livraria
Amadeu,
de João
Antonio de Paula,
Sagrada
Família,
de Manoel
Lobato,
Pampulha,
de Flávio
Carsalade;
Cine
Pathé,
de Celina
Albano;
Caiçara,
de
Jorge
Fernando dos Santos;
Carmo,
de
Alberto
Villas e
Lourdes,
de
Lucia
Helena Monteiro Machado;
Colégio
Sacré Coeur de Marie,
de
Marilene Guzella Martins Lemos;
Carlos
Prates,
de Humberto
Pereira;
Morro
do Papagaio,
de Márcia
Cruz;
Maletta,
de Paulinho
Assunção,
Montanhez,
de Márcio
Rubens Prado;
Santa
Tereza,
de Libério
Neves;
Serra,
de
Nereide
Beirão;
Padre
Eustáquio,
de Jeferson
de Andrade;
Centro,
de Antonio
Barreto;
Mineirão,
de Tião
Martins;
Colégio
Estadual,
de
Renato Moraes;
Santo
Antônio,
de
Eliane Marta Teixeira Lopes;
Viaduto
Santa
Tereza, de João
Perdigão;
Funcionários, de Maria
do Carmo Brandão,
Colégio Municipal, de José
Alberto Barreto,
Renascença, de Ana
Elisa Ribeiro;
Anchieta, de José
Márcio Vianna
e Campus da UFMG, de
Heloísa Murgel Starling.
Para saber mais: www.bhdecadaum.com.br
A
autora
Fotografia: Ricardo Laf |
Adriane
Garcia
nasceu
em Belo Horizonte, Minas Gerais. Em 2006, no curso de pós-graduação
em Arte-Educação, na UEMG, interessou-se por estudar sobre a
desconstrução do Arraial do Curral del Rei e a construção da
primeira cidade planejada da República, com destaque para as
questões de esquecimento e memória.Tendo vivido sempre na periferia
(norte) da capital mineira, o olhar voltado para as origens e a
exclusão social acompanha sua poesia. Publicou os livros
Fábulas para adulto perder o sono (vencedor
do Prêmio Paraná de Literatura, 2013,
ed.
Biblioteca do Paraná),
O
nome do mundo
(ed.
Armazém da Cultura,
2014), Só, com peixes (ed.
Confraria do Vento, 2015),
Garrafas ao mar (ed.
Penalux, 2018).
Um
poema
IX
É
por milagre que as serras minam
Seus
pés molhados começam riachos
Da
pedra chorosa – fixa mudez
A
esperança de voz das águas
O
mundo começa no Acaba Mundo
Minha
Mesopotâmia sem história
Sem
Tigre, sem Eufrates, cerâmica
Eternamente
argila das encostas
As
suas primeiras casas, rústicas cafuas
Desenho
de criança, sapê e pindoba
A
lamparina acesa – quem esses seus mortos?
Nada
sei do bem e do mal que lhes habitou
Sei
que o fio escorre – o vale
Sei
da capela para gente de passagem
Sei
que se desejava boa viagem
Aos
que partiam e não voltavam mais.
*Poema incluído em Arraial do Curral del Rei, de Adriane Garcia
Serviço
Evento
pelos 15 anos da Coleção BH. A cidade de cada um e lançamento
do título Arraial do
Curral del Rei, de
Adriane Garcia
Local:
Jardins internos do Palácio das Artes, av. Afonso Pena, 1537 –
Parque Municipal
Data:
Sábado, 9 de novembro de 2019
Horário:
de 10h30 as 13h30
Preço:
R$25,00 Entrada franca
#poesiabrasileira
#memoria