Enquanto Ainda é Tempo, de Didier Guigue


por Divulgação | Taciana Oliveira

O álbum Enquanto Ainda é Tempo, de Didier Guigue, lançamento do Selo Fictício, reúne performances gravadas entre os anos de 2010 e 2017. Ele reproduz trechos de gravações de espetáculos importantes como a Cantata Bruta produzida pelo Compomus, apresentações de rua da Paralelo Cia de Dança e improvisações com a Log³ e o Artesanato Furioso.
O quinto trabalho do artista traz na sua estrutura “texturas densas, criadas a partir de elementos simples, lentamente esgarçados até o irreconhecível, construindo ambientes tensos e sutis, como anúncios de catástrofes iminentes. A atmosfera é entrecortada por textos que pairam sobre temas de violência, silenciosa ou explícita; imaginária ou do noticiário. O otimismo frágil expresso no título reflete a sequência trágica de eventos que a vida pública brasileira vive ao longo dessa década. Sons de manifestações de rua, gritos de milícias pentecostais para-militares, vozes que recitam histórias de assassinatos e estupro se misturam reverberando um tom sombrio as composições.”
As nove faixas foram gravadas ao longo de sete anos, nas mais variadas condições e com o mínimo de edição. Didier atua sozinho ou em conjunto com alguns dos nomes mais representativos da música contemporânea paraibana: a orquestra de laptops Log³ e o Compomus. Ambos os grupos contam com a participação de Didier na fundação e são ligados à UFPB, onde o músico trabalha como professor. O coletivo de performance Artesanato Furioso e a Paralelo Cia de Dança são parceiros frequentes do músico.
Na apresentação da plataforma Bandcamp o trabalho é descrito dessa forma: Enquanto Ainda é Tempo é o último suspiro do otimismo de se viver no Brasil dos anos 10.
Ficha Técnica:
Todas as composições por Didier Guigue
Voz
Priscilla Cler (2)
Lorena Tavares (6)
Didier Guigue:(8)
Valério Fiel ( 9)
Foto da capa: Béatrix Guigue
Edição e diagramação: Rafa Diniz e Matteo Ciacchi
Para escutar a Enquanto Ainda é Tempo basta acessar as plataformas Bandcamp e YouTube

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Didier Guigue é um compositor franco-brasileiro radicado na Paraíba desde a década de 1980, quando chegou para lecionar no Departamento de Música da UFPB e atuar ao mesmo tempo como fagotista da Orquestra Sinfônica. Logo se ocupou em alimentar o lado mais experimental da cena. Na mesma época nasce sua banda Úvulas Ardientes, que  misturava sem constrangimento elementos de free jazz, synthpop, bolero e música contemporânea. Sua carreira foi marcada por essa vida dupla entre inferninhos noturnos e os corredores da academia. Seu doutorado foi realizado no histórico laboratório parisiense de música eletrônica IRCAM, orientado por Hugues Dufourt, o que faz dele um dos primeiros professores pós-graduados da UFPB. O Log³ e o Compomus, que participam no álbum “Enquanto Ainda É Tempo”, são frutos diretos de sua atividade no Departamento de Música, assim como a parceria com Valério Fiel, que é o criador e articulador do Artesanato Furioso e que recita um texto de W. J. Solha na faixa final do disco.
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Taciana Oliveira é mãe de JP, comunicóloga, cineasta, torcedora do Sport Club do Recife, apaixonada por fotografia, café, cinema, música e literatura. Coleciona memórias e afetos. Acredita no poder do abraço. Canta pra quem quiser ouvir: Ter bondade é ter coragem