A sonoridade inescapável de C-Agardh | Renê Freire + Thelmo Cristovam
setembro 13, 2020
por
Taciana Oliveira__
C-Agardh,
segundo álbum do duo Renê Freire + Thelmo Cristovam é um trabalho
marcado pela densidade e experimentações. Piano e sax “conversam”
em texturas e harmonizações provocativas, abrasivas
e sombrias. No texto de divulgação do disco temos a seguinte
descrição: C Agardh é o nome de um gênero de algas, o sargaço
que é parte integrante da experiência de viver em Recife. Invisível
porém onipresente, pequenos fragmentos que formam uma massa densa e
inescapável, forrando a parte mais profundo do mar habitável.
As
músicas que compõem a produção, Chromalveolata e Phaeophycea,
foram gravadas ao vivo durante os eventos Distimia (1) e
Musicac (2).
C-Agardh
é mais um lançamento do Selo
Fictício, criado por
estudantes e ex- alunos da pós-graduação em Música da UFPB e
UFRN. O selo aposta em explorar “o frutífero caldeirão
sonoro presente na música experimental do Nordeste.” Para acessar o catálogo da gravadora clica aqui. Abaixo você poderá ouvir, fazer o download e mergulhar na sonoridade áspera e tempestuosa de C-Agardh.
Renê
Freire é pianista e
compositor, nascido em Caruaru, no Agreste de Pernambuco. Com
influências da música para piano do começo do século XX e XXI, o
músico está em processo de gravação do primeiro disco solo,
"Átrio", no
estúdio da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Freire mescla
peças de música contemporânea para piano e mista (piano e
eletrônicos). Integrou o projeto Adamante,
ao lado de Vinícius de Farias e Henrique Correia, que lançou o EP
"Exercícios Sobre Mundanidade",
em 2016. É
mestrando
em Composição na UFPB, onde pesquisa sobre a Composição e a
Performance.
Thelmo
Cristovam é pesquisador
independente em psicoacústica,
compositor/músico/improvisador/ruidista, artista sonoro e radioasta.
Atualmente desenvolvendo um projeto que envolve radioastronomia e
astrosismeografia/astrosismeologia (gravação e desenvolvimento de
uma obra com sons do cosmo, fora da terra, com um interesse
particular pelas explosões solares que estão em seu pico dos
últimos séculos). Ao lado dessa pesquisa, também rascunha uma
outra sobre as relações, caso existam, entre arte sonora e música
experimental no Brasil. Em termos gerais, a sua pesquisa/poética,
incluindo aí as ações/oficinas, versa sobre a inexistência do
tempo e de como essa ideia abstrata seria, por hipótese, uma
estratégia da consciência para moldar o mundo "real", e
esse moldar seria construído a partir do som, e em particular, a
dimensão temporal seria uma dimensão espacial altamente
especializada e não simétrica e desse ponto seriam herdadas e/ou
transmitidas as características do som, daí o uso da psicoacústica
para tentar entender a escuta a partir dessas premissas.
Taciana
Oliveiraé mãe de JP, comunicóloga, cineasta, torcedora
do Sport Club do Recife, apaixonada por fotografia, café, cinema,
música e literatura. Coleciona memórias e afetos. Acredita no
poder do abraço. Canta pra quem quiser ouvir: Ter bondade é ter
coragem.