por Juliana Berlim__
Ian Curtis, nos quarenta anos de sua morte, é lembrado em seu ato final, dependurado com a corda do varal em torno do pescoço, a dois dias da turnê que levaria a banda Joy Division aos Estados Unidos e ao estrelato mundial. No future. Tinha 23 anos e um coração arrebentado pelo divórcio. Love will tear us apart. As letras depressivas da banda e a sonoridade sombria do pós-punk cravados na última performance do vocalista. Como um profeta do caos, Curtis expressou o desespero emocional de sua geração. Mundo irrespirável. Atmosphere.
O coração apaga sua bola de fogo se espremido depressa. Nestes dias nos quais as incertezas se acumulam só menos que as perguntas, o amor deveria salvar, mas ele nos parte ao meio. Porque no dia em que saímos um da vida do outro, tudo ficou escuro e o frio chegou com a cerração. Seguindo meu recolhimento, a natureza amiga nos trancou dentro de casa e jogou a chave fora. A chegada da estação das folhas mortas só era visível pelo vidro da janela. Isolation.