por Taciana Oliveira__
Dono de um projeto editorial virtuoso, a Actriz (o palco do esquecimento e do vazio), de Luís Serguilha, Kotter Editorial, 2020, é nas palavras da filósofa, professora e ensaísta Ana Maria Haddad, um livro exuberante: O que me chama a atenção em torno do livro é o entrecruzamento de tempos e espaços. E o ritmo! (… ) Há diferentes ritmos. Todos eles são respeitáveis. Aqui existe movimento. E de uma forma muitas vezes furiosa. É impressionante! Parece uma ventania, um temporal.
É imprescindível destacar a coragem e ousadia de publicar nesses tempos tão insanos uma obra com mais de 800 páginas. Mérito do autor e da editora. Serguilha, antes de tudo é um homem que jamais se rende ao que é raso. Nas nossas conversas devo sempre destacar o grau de consciência e fluidez filosófica que o autor compartilha. Ele evoca o pensamento crítico e nos tira da zona de conforto. É um homem múltiplo e incansável. Sua obra proporciona um mergulho na visceralidade do caos, um diálogo com corpo poético, no esvaziamento da memória e no esquecimento. Nas suas palavras:
A matéria-prima do paradoxo é o vazio. Sem vazio não há arte. Sem vazio não há pensamento. Sem vazio na há poesia. O vazio é esse povoamento afetivo, essa distância que o corpo cria para se colocar em movimento e recriar e dançar. (…) Nós estamos perdendo cada vez mais a capacidade de sermos atravessados por esse vazio.
Abaixo o vídeo da Ciranda Crítico Filosófica, o lançamento virtual da Actriz: a Actriz (o palco do esquecimento e do vazio). Uma conversa onde se propõe uma leitura crítica da obra com a participação do autor.
Luis Serguilha (Portugal) é poeta, ensaísta e curador de arte. Possui textos publicados em diversas revistas de literatura e arte. Alguns dos seus textos foram traduzidos para o espanhol, inglês, francês, italiano, alemão e catalão. Criador da estética do Laharsismo e responsável por uma coleção de poesia contemporânea brasileira na prestigiada Editora Cosmorama (Coimbra-Portugal). Pesquisador da Poesia Brasileira Atual. É Curador das Raias-Poéticas: Afluentes Ibero-afro-americanos de Arte e Pensamento, das Raias-Atlânticas (Ilha da Madeira) e dos Ritmos Pensamento no Flanar de Sorocaba.
Taciana Oliveira é mãe de JP, comunicóloga, cineasta, torcedora do Sport Club do Recife, apaixonada por fotografia, café, cinema, música e literatura. Coleciona memórias e afetos. Acredita no poder do abraço. Canta pra quem quiser ouvir: Ter bondade é ter coragem.