Mal Sabe Tu, poema de Luana Braga | Música de Aparecida Silvino

 por Taciana Oliveira__

Texto de Luana Braga

O poema Mal Sabe Tu adentrou o coração de Luana Braga no mesmo instante em que ela soube do caso de Mari Ferrer, jovem catarinense que alega ter sofrido estupro. Isto, enquanto estava inconsciente. Aparecida Silvino, a querida Apá, ficou bastante comovida quando leu o poema, poucos segundos após sua publicação nas redes sociais. A melodia e a harmonia se encontraram com a letra do poema e se tornaram esta canção forte. E delicada, ao mesmo tempo.

O caso, que invadiu a mídia e o coração de tantas mulheres, trouxe à tona diversas histórias de silenciamento de vítimas de situações parecidas. Se tornou, ainda, mais uma bandeira na luta feminina e feminista. Por igualdade jurídica, inclusive. É que durante a audiência, que teve de acontecer online por conta da pandemia de Covid19, Mari Ferrer sofreu retumbante humilhação por parte do advogado da outra parte. Ainda, a não-interferência do juiz levanta dúvidas sobre a conduta dos magistrados frente ao caso, situação que está sendo investigada.

O caso ilustra o machismo diário com o qual sofremos todos nós. Todos os dias. Assim, o mero pedido de justiça para Mari Ferrer é um grito de justiça, voz e igualdade das mulheres diante de uma sociedade que assiste atônita sua própria degradação por meio do subjugo através do gênero.

 

Ficha Técnica

Música: Aparecida Silvino
Poema: Luana Braga
Imagens: Manifestação Feminista em São Paulo/SP; Ato por Todas Elas, Jornalistas Livres; PM Arrasta Mulher, A Ponte; Audiência de Mariana Ferrer, Estadão; Manifestação Feminista em Marcha; Manifestação Feminista em Porto Alegre/RS pelo Fim da Violência Contra a Mulher.
Direção, roteiro e montagem: Taciana Oliveira

Luana é escritora, compositora e percussionista. Faz parte do Maracatu Solar, da Caravana Cultural e da Banda Sinfônica da UFC, Universidade Federal do Ceará. Ainda, é integrante da fanfarra carnavalesca Hospício Cultural. Fez músicas em parceria com vários músicos da cidade, tais como Aparecida Silvino, Calé Alencar, Joyce Custódio, Jord Guedes, Guilherme Cunha, Charles Wellington, Pedro Falcão, Zé Rodrigues e João Pirambu. Colaborou na produção do sarau itinerante Casa de Poesia, Sarau da Lamarca e Sarau Mandinga. Tem poemas publicados no blog literário Leituras da Bel e na Revista Maracajá, ambos do Jornal O Povo. Seu poema Quem é tu faz parte da vídeo-performance Estar Só, da artista e produtora cultural Juliana Tavares, fazendo parte do edital Cultura Dendicasa, SECULT/CE. Atualmente, publica seus escritos na revista online 'A Confraria'. Seu material literário-fotográfico Nunca mais eu digo: eu te amo foi exposto em galerias e livrarias, em Fortaleza e no IFCE-Acaraú. Seus mais recentes trabalhos, o poema 'Tio', já está disponível em seu canal de Youtube. O catálogo de todo o seu material encontra-se disponível no seu LinkTree (https://linktr.ee/insolitaviagem). É de sua autoria a galeria fotopoética Insólita Viagem, no instagram.

Aparecida Silvino é Cantora, compositora, regente de corais, arranjadora, preparadora vocal, pianista cearense, ganhadora de inúmeros festivas. Aparecida Silvino é dona de uma das mais belas vozes cearenses, possui cinco trabalhos gravados em CD, sendo o mais recente Sinal de Cais e várias outras faixas em trabalhos de amigos. Premiada como melhor intérprete em festivais e programas do Ceará (como o prêmio Nelson’s de Melhor Intérprete Cearense – 2003; 2004; Prêmio de melhor Intérprete do Festival da Meruoca – 2006; 2010; Primeiro Lugar e Melhor Intérprete no Festival de Música da Assembléia Legislativa do Ceará – 2012 e de outros estados brasileiros. Criadora do Espaço Cultural Canto da Apá, inaugurado em novembro de 2016, Apá desenvolve planos de aulas de canto individual, Canto Coral, projetos junto ao Coletivo Nossa Voz e segue dividindo sua experiência musical com cantores no Espaço Cultural Canto da Apá.

                                                #justiçaparamarianaferrer

Taciana Oliveira é mãe de JP, comunicóloga, cineasta, torcedora do Sport Club do Recife, apaixonada por fotografia, café, cinema, música e literatura. Coleciona memórias e afetos. Acredita no poder do abraço. Canta pra quem quiser ouvir: Ter bondade é ter coragem.