Roda-Gigante e o símbolo da serpente que morde a própria cauda

 por Divulgação__




Coletânea expõe poemas que tratam dos ciclos da vida


No atual contexto de pandemia e crise econômica, a população brasileira (bem como o mundo) se vê presa numa verdadeira caixa de pandora, enfrentando seus demônios e mordendo a própria cauda.

E é no meio desse conflito-armado de emoções, que surge o livro Roda-Gigante, coletânea de poemas de Rique Ferrári, escritor gaúcho. A obra, publicada neste mês pela Editora Penalux, se propõe a representar a grande metáfora da vida e do conhecimento, por meio da qual a realidade humana é expressa em sua mais crua face.

Ousada e inovadora, a poesia de Ferrári leva o leitor a uma jornada pelos ciclos inconstantes da vida, fazendo-o refletir, principalmente, sobre o atual momento.

O universo é cíclico. “Assim também somos nós”, declara o poeta. “O livro traz muito disso: os ciclos que vivenciamos, as tantas linhas de partida e de chegada”, continua Ferrári, “onde um encerramento traz sempre algum início”.

Para o autor, os poemas dessa coletânea buscam trazer “uma normalização das pequenas mortes de nossas vidas”. E acrescenta: “Assim como a desmistificação de que há apenas um ciclo: em que se nasce, cresce, reproduz e morre; como nos ensinaram quando crianças”.

O livro prega também “o incrível e estrondoso superpoder de se iniciar um ciclo a qualquer momento”. Sempre iniciamos um novo ciclo quando começamos um novo aprendizado. “A vida é uma natureza plural”, sentencia. “Uma força em constante mutação”.

Sobre a escrita de Ferrári, Waldemar José Solha diz no prefácio: “Todo criador busca uma nova forma de criar, ou não se sentiria bem ao ser saudado com esse nome”.

E para falar de criação, Solha recorre à simbologia do oroboro, um conceito simbolizado por uma serpente que abocanha a própria cauda.

“Evolução voltada para si mesma”, continua ele. “Tendo isso em mente, criar fica muito mais difícil. Mas Rique Ferrári cria.”

Ronaldo Cagiano, que assina o posfácio do livro, comenta: “Rique Ferrári utiliza seus artefatos para alcançar aquilo que de mais dinâmico e comunicador pode e deve deflagar numa obra literária, imbuída em seu compromisso estético e em sua dimensão ética. ‘Roda-Gigante’ reafirma um autor em pleno domínio de sua arte”.

O poeta também declara que seu livro “não tenta e nem quer impressionar. Quer apenas ser o que é, trazendo seu próprio leque de percepções, despreocupado de que seja bom ou ruim”.

Ferrári acredita que ser real na arte é maior que ser bom, levando em conta apenas argumentos e visões literárias. “Penso que na literatura, como em qualquer âmbito, é especial encontrar algo genuíno. E de fato me esforcei para isso. Às vezes é necessário um esforço muito maior para ser quem se é; e isto vale para o poeta e para o poema”, finaliza.

No atual cenário da poesia brasileira, a escrita cíclica de Rique Ferrári em Roda-gigante é um sopro de ar puro.



SERVIÇOS

Roda-gigante, Rique Ferrári – poesia (90 p.; 20x20), R$ 40 (Penalux, 2020).

Link para compra:

https://www.editorapenalux.com.br/loja/roda-gigante




Rique Ferrári, 36 anos, nasceu em Bento Gonçalves – RS. Reside em Porto Alegre e peregrina pelos hemisférios a fim de aprofundar os estudos socioculturais das civilizações. Neste Roda-gigante traz alguma inspiração da europa ocidental, e já planeja o próximo passo, a explorar o continente africano. Ferrári também é produtor de vinho e colecionador de antiguidades, muitas delas encontradas nas andanças pelo mundo.