por Divulgação__
Um
quarto em chamas, um piano queimado. Após o acidente doméstico
ocorrido em seu apartamento, o pianista pernambucano Renê Freire
utilizou o instrumento danificado para realizar uma improvisação
direta que resultou no álbum “Nevroses”. Gravada no
segundo semestre de 2019 por Thelmo Cristovam, a obra é
lançada agora pelo selo Música Insólita.
A
ideia remete à concepção de piano preparado, desenvolvida por John
Cage na década de 40; o compositor norte-americano inseria
objetos como parafusos e borrachas entre as cordas do piano com o
intuito de desconstruir linguagens artísticas pré-estabelecidas e
atingir sonoridades antes desconhecidas.
Segundo Freire, o piano queimado acidentalmente, de certa forma, tem uma correlação com as experimentações propostas por Cage. O álbum surge no ano em que Freire iniciará um projeto sobre performance e criação no mestrado do Programa de Pós-graduação em Música da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).