por João Gomes__
Na seção Falatório de janeiro do Mirada, entrevistei por e-mail o escritor carioca Mike Sullivan, que publicou recentemente o livro de contos O sentido e o fim, dando assim mais força ao seu projeto de escrita em que a temática da finitude dialoga com variados assuntos ligados à psicologia de maneira absolutamente literária. Com um início precoce no mercado, o autor recomeçou seu projeto a partir do momento que alcança um estilo próprio, removendo de sua biografia seus primeiros livros publicados. Mike Sullivan é desses raros escritores em que a sensibilidade e persistência temática são sempre redescobertas no espaço em que reservou para si, o da coragem diante do fim. Sobre escrever e lançar obras em que a morte aparece com frequência, afirma: “Eu escrevo sobre o que tenho vontade e não aquilo que esperam que eu escreva.”
1 - O sentido e o fim é um livro de contos bem escrito e estruturado, deixando o leitor absolutamente envolvido com sua obra. Por conter várias narrativas, breves e longas, é uma porta de entrada essencial a respeito do que você escreve. Não é, também, o seu primeiro livro em que a temática da morte aparece. Como foi, em especial, a construção deste e o quanto há de finitude em sua literatura que é escrita para “espantar fantasmas”?
A princípio eu não tinha a intenção de escrever um livro em que os contos abordassem de maneira ampla e em diversos aspectos a morte, não só a do corpo. Reconheço que é um tema difícil a ser encarado, ainda mais agora, num momento tão delicado em que enfrentamos uma pandemia, em meio a tantos mortos e a tantas famílias enlutadas.
Acontece
é que a morte está muito presente em quase tudo o que escrevo.
Então, depois de alguns contos produzidos ao longo dos últimos três
anos, percebi que eles renderiam uma antologia, porque dialogavam
entre si. E foi esse o processo.
Em relação à morte, acho que na verdade eu escrevo muito sobre ela porque tenho um medo danado de morrer, sinto muita angústia ao pensar no fim. Isso é triste demais: saber que caminhamos para a morte, que o tempo nos atropela e não há nada que possamos fazer para reverter essa situação.
Talvez escrever sobre a morte, pensar a finitude, tenha sido uma tática da minha mente para me dar a falsa ilusão de que tenho algum controle, quando, na verdade, não temos controle de absolutamente nada.
2 - Num texto seu de 2013, publicado no site Homo Literatus, lemos: “A morte, como desespero universal, continuará inspirando a literatura por ser, a priori, um tema complexo, misterioso, que não pode ficar restrito ao campo das religiões e da fé e que, irremediavelmente, afeta a todos.” Seu primeiro livro se chama Retorno ao pó, de 2009. De lá pra cá, como foi a recepção de suas obras e como as mesmas são divulgadas?
Eu gostaria de apagar esse livro da minha biografia. Esse e mais alguns. (risos). Se pudesse voltar no tempo, jamais teria publicado Retorno ao pó. Na época eu era muito imaturo, tinha pressa de publicar e estava contaminado pela vaidade. Se você pegar esse livro, que eu admito ter vergonha, vai ver que ele é muito ruim, carece de revisão, tem muitos erros grosseiros, e é diferente de tudo que eu escrevi nos últimos cinco anos. A verdade é que eu escrevi Retorno ao pó meio que por um processo de tentativa de imitar escritores que eu admirava à época, como Stephen King, achando que seria o mais novo best-seller brasileiro (risos).
Hoje aprendi (e deixo aqui um conselho aos jovens escritores) que um livro precisa de tempo para ficar pronto, que necessita ser reescrito muitas vezes. É importante também submeter o seu manuscrito aos serviços de um bom profissional que faça a revisão e análise crítica. Isso evita certos arrependimentos, como no meu caso. Hoje quando me perguntam quais são os meus livros, sempre respondo: Corpo sepulcro (2015), O inferno é logo ali (2017), Ninguém me ensinou a morrer (2018), Atire a primeira pedra (2019) e O sentido e o fim (2020). Esses são os livros que desejo ver reeditados.
Quanto à recepção das minhas obras e à divulgação, eu não vendo muitos exemplares, mas de alguns anos pra cá estabeleci uma relação de amizade e confiança mútua com os meus poucos, mas queridos leitores, graças à divulgação dos textos na página do Facebook. Mesmo à distância, e sem conhecer pessoalmente quase todos eles, são pessoas que eu considero muito. É fascinante o que a internet nos proporciona hoje. Consigo trocar mensagens com eles, ouvir suas opiniões, saber o que eles gostariam que eu escrevesse. Fico muito feliz por viver num tempo em que isso é possível.
3 - Psicólogo de formação, sua obra é um projeto literário “que visa unir literatura e psicologia, usando histórias e personagens fictícios para falar sobre problemas ligados diretamente à existência humana: finitude, processo de luto, câncer, crise existencial, depressão, suicídio, entre outros.”, como lemos em sua minibio do site Homo Literatus. Publicar obras literárias é muito mais emocionante que palestrar sobre o assunto?
No
meu caso, sim. Sou muito tímido e tenho medo de tamanha exposição.
Aprecio as pessoas que falam bem em público, chego a ter inveja
delas, mas prefiro escrever do que me colocar diante de uma plateia.
Já cheguei a recusar convites para participar de mesas literárias,
podcast e lives. Tenho sérios problemas com a minha autoimagem, algo
que eu ainda preciso resolver na terapia (risos). Só espero que não
pensem que se trata de arrogância ou de alguém que se acha melhor
do que outros escritores e que pode se dar ao luxo de recusar a
participação em eventos desse tipo. Garanto que não. É só
timidez mesmo. O Marcelo Nocelli,
meu editor, tentou me convencer a fazer uma live para o lançamento
virtual de O sentido e o fim,
já que devido à pandemia as tradicionais noites de autógrafos
estão suspensas, mas nem o meu próprio livro foi capaz de me fazer
mudar de ideia.
4 - Você é um escritor prolífico na temática da finitude, mas talvez aí esteja algo que não seja percebido se não se aprofundar em sua obra porque, ao mesmo tempo, outros assuntos são tratados com o mesmo apuro. A escolha dos títulos facilita alguma conclusão antecipada ou não há importância da forma como percebem o seu trabalho literário, afinal ser lido é o que todo autor deseja?
Os títulos, a meu ver, não têm muita influência para quem decide ler os meus livros. As redes sociais são a maior ferramenta de divulgação do meu trabalho. A partir de poesias ou de trechos de alguns dos livros publicados no Facebook ou no Instagram é que muitos se interessam em conhecer minhas histórias.
Eu sei que todo escritor quer ser lido, vender muitos exemplares, ter a obra resenhada, mas você não pode simplesmente querer que as pessoas comprem seu livro apenas porque você acabou de lançá-lo. Não pode obrigar que te leiam a qualquer custo. A forma que eu encontrei para resolver essa questão foi expor parte dos meus textos na internet, dando assim às pessoas a oportunidade de conhecer um pouquinho mais sobre aquilo que escrevo.
5
- Como leitor público, que
compartilha e numera cada livro que lê durante todo o ano, sua
escrita possui um estilo próprio, afinal já chega a quase uma
dezena de obras publicadas. Acompanhar a literatura de perto, no
calor do momento, e divulgar o que lê enriquece de alguma forma o
seu trabalho literário? É possível dizer que você possui um
termômetro do que está acontecendo na literatura quando lê
constantemente autores contemporâneos?
Acho que gosto mais de ler do que de escrever (risos). E procuro ler de tudo um pouco: contemporâneos, clássicos, internacionais, brasileiros, tudo. O grande barato da literatura é quando você é surpreendido por um livro. É tão maravilhoso esse momento, esse instante de deslumbre, de encanto. E só de pensar que há tantos autores e livros bons por aí a serem descobertos, eu leria o tempo todo se pudesse (risos).
E quanto às fotos dos livros que leio, faço esse registro desde 2012, com a única intenção de montar um arquivo pessoal dos livros que passaram pela minha vida e, também, expressar o meu amor por eles. Se você entrar na minha conta pessoal do Facebook só vai encontrar fotos de livros lá. Há pouquíssimas fotos de mim. E, convenhamos, os livros são mais bonitos. (risos)
6 - Sem sombra de dúvidas, ler nos torna mais críticos diante do mundo. Em seu livro O sentido e o fim há uma perfeição de gênero muito cativante, porque nada sobra em cada narrativa. O conto “Seus olhos de azeviche”, por exemplo, foi publicado anteriormente na Revista Philos em setembro de 2018 e se encontra espelhado no livro. Sua escrita é solitária ou você compartilha o que escreve com leitores e escritores próximos ou você seria mesmo o seu maior crítico?
É bastante solitária. Costumo até divulgar ou contar para amigos próximos sobre o que venho escrevendo no momento, mas o manuscrito em si ou parte dele, não gosto de compartilhar.
O que faço é contratar os serviços de um profissional que, não só revise a obra, mas que faça uma análise crítica, apontando as falhas de estrutura e indicando, muitas vezes, o melhor caminho para corrigir. Quanto a isso sou muito tranquilo. Sei receber bem qualquer tipo de crítica.
E eu gostaria de aproveitar essa pergunta para falar a respeito do Sérgio Tavares, um dos maiores críticos literários do nosso tempo que, além de ser jornalista, escritor e de manter um site com resenhas (“A nova crítica”) oferece serviços de revisão e análise crítica. Tá aí um cara que eu respeito demais, um amigo que se tornou indispensável aos meus livros. O Sérgio sabe aconselhar e identificar, com precisão cirúrgica, aquilo que deve ser cortado de um texto e o que pode ser melhorado. Às vezes o escritor está tão viciado na leitura de seu original que fica impossível de enxergar erros óbvios. Ele me ajudou com Corpo sepulcro, O sentido e o fim e Atire a primeira pedra, e só posso afirmar uma coisa: não publico mais nada sem antes passar pelas mãos do Sérgio Tavares. E deixo aqui mais uma valiosa dica.
7 - Você já falou dela anteriormente, mas a sua página, Escritor Mike Sullivan, no Facebook, já alcança a marca de 30 mil curtidas. As postagens são poemas, trechos de suas obras sempre com imagens poéticas e os registros de seus leitores com os livros adquiridos. A poesia habita sua escrita, não apenas pela quebra dos versos. Como escritor mais de prosa, você já pensou em publicar um livro de poemas ou seria a forma como você escreve em prosa que dá a entender que são poemas pelo formato?
Eu não sei se o que escrevo são poesias, não sou um leitor assíduo de poesia, mas gosto da estética das frases quebradas. Há até uma discussão em torno disso, se seria poesia ou não, e há também muitas críticas a respeito de quem escreve dessa maneira. Eu vejo tudo apenas como literatura e pra mim o que importa é o que texto me diz ou me faz sentir e não o seu formato.
Quando li Charles Bukowski (1920-1994) pela primeira vez foi como se me sentisse autorizado a escrever como ele, de maneira livre e sem a rigidez imposta por determinadas formas literárias. A escrita tem de ser livre, inspirada, apaixonante, e não se submeter a regras que a torne restrita aos acadêmicos, por exemplo.
A vantagem de ler muito é que você descobre que, na literatura, há espaço para todo mundo. Você não precisa imitar determinado escritor ou escritora, achando que assim será melhor aceito pelo público e pelos críticos. Cada escritor deve se sentir à vontade para escrever de acordo com o seu estilo. É isso que estou dizendo quando me refiro à liberdade na hora de escrever. Eu escrevo sobre o que tenho vontade e não aquilo que esperam que eu escreva.
8 - Seus personagens vêm da criatividade inventiva ou parte da experiência de vida inclusive proveniente do seu trabalho como psicólogo? O que move Mike Sullivan a escrever sobre temas tão difíceis, mas com uma qualidade literária máxima? Você ainda se autopublica ou a inserção no mercado editorial se tornou mais fácil após a receptividade do que você escreve?
Apesar de ser formado em psicologia, não atuo no momento como psicólogo, portanto meus personagens são todos inventados, com uma pitada de autoficção. Minha própria vida, meu passado e a dificuldade e a tristeza de ser homossexual num país tão preconceituoso são a base para escrever sobre temas que me incomodam.
Atualmente, obtive uma boa parceria com a editora Reformatório, com quem publiquei meus dois livros mais recentes e pretendo, se assim for possível, continuar na casa. Em 2019, eu publiquei uma novela em formato ebook na plataforma da Amazon, porque era necessário para concorrer ao prêmio Kindle, mas ainda prefiro o modelo tradicional dos livros, não que seja contra o e-book. Esse livro a que me refiro, Atire a primeira pedra, tenho a intenção de publicá-lo em meio físico ainda no segundo semestre deste ano.
9
- Sua escrita não é panfletária
nem didática, tampouco repetitiva. Percebo que você não escreve
exatamente para salvar ninguém, para aconselhar amorosamente ou
impedir ou despertar o interesse pelo suícidio, por exemplo. Não
sendo exatamente assim, a literatura consegue salvar o homem de algo
que possa ele evitar para ter uma vida melhor? Em que sentido você
pode se sentir salvo pela literatura?
Admiro muito as pessoas que têm fé, que têm esperança, que acreditam em alguma coisa. E aqui não me refiro aos religiosos, nem tão pouco aos extremistas e aos conservadores, mas aqueles que conseguem enxergar a vida de maneira qualitativa e, portanto, mais humana. Eu já tive muita fé. Por quase trinta anos, frequentei a igreja evangélica, mas hoje percebo que essa fé se perdeu, se foi para um lugar que talvez seja difícil recuperá-la.
Por isso a literatura é tão importante na minha vida. A literatura me ajuda a enfrentar essas questões pois me transporta para uma outra dimensão, para um lugar especial e bom, onde, mesmo que por alguns instantes, deixo de pensar no meu próprio fim.
10 - É notória sua enorme paixão pela obra do brasileiro Lima Barreto (1881-1922), a quem você considera como nosso maior escritor e, claro, possui local de destaque em sua estante. Há alguma relação na trajetória dele com a sua escrita e quais seriam suas principais influências literárias?
Lima Barreto foi a melhor descoberta literária de toda a minha vida. Obviamente eu já tinha ouvido falar de Lima Barreto mas nunca me debrucei sobre seus livros (nem em 2017 quando ele foi o homenageado da FLIP, o que faz de mim um idiota por não ter percebido a importância histórica desse fato). Ano passado li a biografia do Lima em paralelo com a sua obra, uma experiência inédita até então. No caso de Lima Barreto isso fez toda a diferença porque é preciso conhecer a época em que viveu para, assim, compreender a crítica social e política tão presente em seus livros. Lima era negro, morava no subúrbio do Rio de Janeiro e tinha apenas sete anos quando a escravidão acabou no Brasil.
Eu simplesmente me apaixonei por Lima Barreto e não me lembro de ter essa mesma paixão por nenhum outro escritor. Meu sonho é um dia poder estimular a leitura de Lima Barreto nas escolas. Seus livros continuam tão atuais que é mais do que necessário se aprofundar neles.
Cabe ressaltar também que, ao mesmo tempo em que me senti feliz, fui invadido por tristeza e angústia ao ler Lima Barreto. A vida dele foi trágica, marcada pela morte da mãe quando tinha apenas sete anos, pelo adoecimento do pai, pelo trabalho que ele detestava como funcionário público, pela miséria, pelas internações no manicômio, pelo alcoolismo, pelo racismo e pela injustiça social. Mas creio que Lima sofreu mais porque não conseguiu, em vida, alcançar o reconhecimento que tanto queria na literatura. Isso foi matando-o aos poucos, tanto que teve de recorrer ao álcool para amenizar seu sofrimento.
Eu queria ter estado lá, do lado dele, para abraçá-lo e dizer que, sim, ele é um dos grandes da nossa literatura, que sua vida não foi em vão, que seus livros e sua crítica social por meio das crônicas, dos contos, dos diários e dos romances representam uma inspiração e uma aula de escrita para cada nova geração de escritores. Uma pena que nunca poderei concretizar esse sonho do abraço. Uma pena.
Outra coisa que fez me emocionar com Lima Barreto foi que a trajetória dele se parece muito com a do meu pai, que também era alcoólatra, que também precisou ser internado duas vezes no hospício em decorrência do vício, que também morreu aos 41 anos. Chorei muitas vezes ao analisar essas semelhanças.
Quanto às influências literárias, tenho alguns escritores e escritoras que admiro bastante: Elvira Vigna, James Baldwin, Virgina Woolf, Karl Ove Knausgard, Rodrigo de Souza Leão, Charles Bukowski. E Lima Barreto, claro, o maior de todos!
11 - Além de ler, como você ocupou seu tempo durante a quarentena? Tudo isto que estamos infelizmente vivenciando, a guerra sanitária do coronavírus, já apareceu em algum momento em textos que possivelmente você vem escrevendo? Sem querer deixar nenhum leitor ansioso, porque há muitos outros bons livros seus para ler, há algum novo a caminho? Quais seus próximos projetos para este ano que se inicia?
A minha rotina não mudou devido à pandemia. Por ser militar, não tive direito à quarentena e continuei indo ao trabalho diariamente, correndo todos os riscos. Mas procuro não fazer reclamações em relação à minha profissão porque muitos brasileiros hoje não têm emprego. Portanto, posso dizer que sou um privilegiado por ter um salário garantido todo mês e por não ter perdido nenhum amigo ou parente para o coronavírus.
E quanto a minha escrita, assim como deve ocorrer com outros escritores, é impossível não ser influenciado pelo que está acontecendo no mundo. É um momento de futuro imprevisível e de muitas incertezas quanto ao que nos espera, tanto em relação à economia, quanto à nossa saúde física e mental. Eu por exemplo, tive várias crises de pânico no ano passado, tendo que recorrer, inclusive, a medicamentos mais pesados do que aqueles que já uso para tratamento da depressão. Como disse lá no início, eu sempre tive anseios terríveis em relação à morte e a pandemia do coronavírus creio que potencializou esse meu medo. E para piorar, somos governados por um presidente negacionista que não se importa nem um pouco com a dor das famílias enlutadas, o que contribui para destruir ainda mais o nosso país. É uma situação terrível, muito terrível.
No momento eu estou escrevendo um livro de poesias, e pretendo lançar em versão física, talvez no segundo semestre deste ano, o meu livro Atire a primeira pedra que, por enquanto, segue disponível apenas em formato e-book.
Mike Sullivan nasceu em Itaocara-RJ. É autor de “Corpo sepulcro” (Confraria do Vento, 2015), menção honrosa no Prêmio Cidade de Belo Horizonte 2013, “O inferno é logo ali” (edição do autor, 2017), “Ninguém me ensinou a morrer” (Editora Reformatório 2018), Atire a primeira pedra (edição do autor, 2019) e “O sentido e o fim” (Editora Reformatório, 2020). Fotografia: Viviane Magnon
João Gomes (Recife, 1996) é poeta, escritor, editor criador da revista de literatura e publicadora Vida Secreta. Participou de antologias impressas e digitais, e mantém no prelo seu livro de poesia.