por Valdocir Trevisan__
A
Indústria Cultural surge com máxima representatividade quando Adorno e Max Horkheimer esclarecem nos anos 40 suas artimanhas na Escola de Frankfurt.
Eles diziam que quanto mais seguros formam as posições da indústria cultural,
quando expõe e manipula suas ideologias, mais sumariamente ela pode proceder
com as necessidades dos consumidores, produzindo-as, dirigindo-as e mesmo suspendendo
a diversão porque nenhum obstáculo se eleva contra um "progresso
cultural".
Apesar de toda evolução tecnológica dos meios
de comunicação de massa, as palavras de Adorno, Horkheimer e Marcuse
são tão atuais, basta observar nossa mídia atual, que convém lembrar uma das
essências da Escola, quando esses primeiros teóricos aventuraram a relevância
desses desenvolvimento tecnológico e tentaram repensar a natureza do papel da
ideologia em relação a esse próprio desenvolvimento.
O
contexto se revela. Vivemos época de uma mídia partidária. O escritor russo
Mikhail Bakthin corrobora destacando que cada palavra é uma pequena arena
para o choque e cruzamento de ideologias, uma palavra na boca de qualquer
pessoa particular é um produto vivo de interações sociais. Nossa parte nesse
mundo de interesses é perceber a semântica de nossa mídia, pois Nelson
Rodrigues também está no jogo e garante que "o problema de nossa
época é a opção. Somos
pré-fabricados. É difícil ao homem ousar um movimento próprio. Nossa vida é uma
soma de ideias feitas, de sentimentos feitos, de atos feitos, de ódios feitos e
de angústia feita".
Valdocir Trevisan é gaúcho, gremista e jornalista. Escreve no blog Violências Culturais. Para acessar: clica aqui