Porto do Cais | Artton Rodrigues

 

por Artton Rodrigues__  

 

                                                                                                   Foto: Krzysztof Kowalik


— Não! Ao amor! Nem ao porto do cais! Não! Não e não! Você ama a você mesmo apenas! — O amor é assim mesmo consigo mesmo, no entanto é sinônimo dos fracos os fortes se humanizam-se; deste fragilizado sentimento aqui em fração de segundos atrás! — No porto do cais, aos caos do amor nu porto de cais! Já se foi!  Eu e você está tão aqui! Ao mesmo tempo cada um de nós estamos tão lá! — Eu aqui! — E você aí e as nossas memórias de momentos ardente no registro do naufrágio do porto do cais! — O que falta para estamos juntos mesmos? — Você sabe me dizer?


— Mais, lá dentro das memórias das audácias do porto do cais, existe aquele nosso reencontro dentro do encontro dos nossos recantos das nossas ventanias ardentes e quentes de quando você vinha e retirava a minha roupa e eu logo retirava a sua roupa; E já estávamos nus em um só ser, nas viagens das velas das jangadas na beira mar e na cancela dos ventos do porto de cais; que nos refaz e aos mesmo tempo os ventos nus desfaz! — Hoje me lembro no fundo das minhas lembranças póstumas que dizíamos um ao outro “sou” aos sermos um do outro, somos apenas um ser! — O que falta para estamos juntos mesmos? — Você sabe me dizer?

 

— Lá dentro da jangada do barco nas trilhas das correntes marítimas; ainda se existe tu e ainda se existe eu! — Pôr lá atracados, mais violentados pelo tempo e amassados pelo mar afim; do que formos e hoje já não somos mais o que formos antes de ontem dentro do porto de cais! Não te encontra aqui mais como tu também já não me encontra mais aqui neste porto!  — Eu aqui! — E você aí! Afundados das nossas póstumas saudades do naufrágio do porto do cai!  — O que falta para estamos juntos mesmos? — Você sabe me dizer?


—Hoje acordei a te esperar no guarda roupas enferrujado pelo amassado da ferrugem do tempo dos ventos lá do porto de cais! —E fiquei sabendo que você sonhou fazendo amor nas águas do nosso suor nu no balanço do chão do velho reduto do porto de cais; como tudo era antes lembra-se! — O que falta para estamos juntos mesmos? — Você sabe me dizer?  Nossos jogos estão apenas começando ....................................




Artton Rodrigues, primogênito dos oitos filhos de Maria de Fátima Pessoa dos Santos e Ailton Rodrigues dos Santos. Norte-rio-grandense natural de Santo Antônio do Salto da Onça-RN, nasceu em 1984. Escritor, autor, poeta, compositor, cordelista, fomentador cultural, articulador cultural literário, militante, ativista, agente e produtor cultural com várias participações em inúmeras Coletâneas e Antologias nacionais e internacionais físicas e virtuais por diversas editoras. Professor, palestrante no ano de 2019 formando-se Enfermeiro. Em março de 2020 lançou o livro Versos & Universos entre poemas e poesias.