por Sofia Osório__
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| Jr Korpa |
Um mapa
do tesouro. Um mapa para casa. Um mapa que se desdobra. O viajante perdido,
abre o mapa, tentando se encontrar. Um mapa do metrô. Um mapa da estrada. Um
mapa da cidade. Um mapa do Brasil. Mapa-múndi.
De uma
língua antiga, temos a palavra “Mapamamapapá”: o desejo intenso de criar mapas.
(eu não confiaria nessa fonte).
Mas a
fonte sendo confiável ou não, pouco importa, o importante é que existem essas
pessoas no mundo. Que querem muito criar o próprio mapa...
Qual
será o mapa da sua jornada? Ele começa nublado, isso é certo. Mas pouco a
pouco, você percorre as casas, e desbloqueia novos níveis. As nuvens vão se
dissipando, tudo vai se esclarecendo. Na teoria. Porque a vida é assim né…
Quanto mais o tempo passa, mais tudo parece ficar tão confuso.
Hoje em
dia, os mapas estão na palma da nossa mão, em um aplicativo dos nossos
celulares. Uma professora minha me chamou a atenção para um fato curioso. “E
quanto às ruas que não aparecem nesses aplicativos? As pequenas ruelas
esquecidas por essa tecnologia?” Ela contou de uma vez que se perdeu por acaso
em uma viagem e acabou por engano em uma dessas “não ruas”. Conheceu pessoas
interessantes, artistas magníficos, gente simples, e ao mesmo tempo,
sensacional. Tudo porque resolveu deixar-se perder por um tempo.
Estamos
sempre tentando nos encontrar, mas às vezes nos encontramos justamente quando
nos deixamos perder. Mapas são guias que nos ajudam a não nos perdermos. Mas e
aí? E se o que eu precisar não estiver no meu mapa?
Resta
que a gente se arrisque um pouco. E se jogue nas ruelas esquecidas da vida.
Sofia Osório é escritora e produtora de conteúdo criativo e cultural. É criadora do projeto Criativando Livremente, um espaço de literatura e criatividade, onde apresenta o "Conversas no Criativando'', uma série de entrevistas-conversa com escritores e artistas. Também é uma das cronistas do Bora Cronicar, um coletivo literário feminino e nordestino. É colaboradora no Mural da Ana Paula, um blog de arte e cultura, onde escreve semanalmente sobre literatura. Participou da antologia de contos “Raízes”, publicada pela Editora Escambau.
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