por Taciana Oliveira__
Em seu “Medos
Rabiscados”, a autora cearense, Sofia Osório constrói uma narrativa confessional
e delicada costurando um diálogo precioso entre o gênero poético e a prosa.
Dividido
em três partes: Limiares (enfrentando a linha tênue entre o abismo e o equilíbrio
emocional), Enredos (o mergulho no fazer artístico como metáfora da
resistência) e Travessias (“sobre quem somos nós, de onde viemos, para
onde vamos.”)
Sofia, em
seu primeiro livro solo, nos revela um amor incondicional pela escrita, sua “dependência”
musical no dia a dia e uma coragem pós-adolescente de se jogar no mundo:
“Então
aqui sigo eu, na minha jornada em busca de mim mesma e da minha própria
verdade. Vou conseguir o que planejo? Não sei. Mas pelo menos vou prometer
tentar me divertir pelo caminho.”
Futuro,
Jornada e Felicidade, página 53
Há uma
honestidade gritante nas páginas de “Medos Rabiscados”. Sofia não se
esconde e expõe dúvidas, medos e anseios com uma ousadia que faz falta a muita
gente. É notório seu exercício de autoconhecimento, sua inquietude diante do
mais do mesmo:
O
problema não são as palavras. O problema é que eu não quero ler as coisas que
eles querem que eu leia nem interpretar do jeito que eles querem que eu
interprete. "Mas você só quer fazer as coisas do seu jeito!" Sim.
Talvez. E daí? Todo mundo é assim. As pessoas tentam esconder, mas é óbvio que
elas querem as coisas do jeito delas. Por que não haveriam de querer?
Síndrome do
Impostor, página 15
“Medos Rabiscados”, de Sofia Osório chega como promessa para um futuro onde a autora nos brinde com a persistência e o talento para se ressignificar sempre. Coragem não falta! Enquanto isso, John Lennon canta:
Words are flowing out
Like endless rain into a paper cup
They slither while they pass
They slip away across the universe…
Trecho de Across the Universe, The Beatles
* Pré-venda do livro: clica aqui
Taciana
Oliveira é mãe de JP, comunicóloga, cineasta, torcedora do Sport
Club do Recife, apaixonada por fotografia, café, cinema, música e literatura.
Coleciona memórias e afetos. Acredita no poder do abraço. Canta pra quem quiser
ouvir: Ter bondade é ter coragem.