por Divulgação__
O projeto “O
Palco é a Rua – A Música nos Espaços Populares” surgiu para o desenvolvimento de uma pesquisa sobre as
dinâmicas de músicos, musicistas, cantores,
cantoras, cantadores/poetas populares que se apresentam nos espaços
públicos de cidades pernambucanas,
gerando diálogos estéticos entre os artistas e os pesquisadores/produtores a partir dos conteúdos – textos, fotos,
vídeos/documentários e áudios – que estão sendo
postados no site www.opalcoearua.com.br e nas redes sociais
(@opalcoearua e @theiaprodutores)
Capitaneada pela
Theia Produtores Associados, através dos pesquisadores e produtores Guilherme
Patriota e Laura Sousa, e com incentivo do Funcultura da Música
(Secult, Fundarpe - Estado de Pernambuco), a iniciativa circulou por Petrolina,
Caruaru, Goiana e Recife entre setembro de 2019 e janeiro de 2020 acessando,
também, outros municípios próximos e
consolidando um campo de pesquisa que abarca contextos do Sertão até a Região Metropolitana do Estado. Apresenta-se,
portanto, rica variedade de “cenários” em ruas, praças, transportes coletivos,
feiras, mercados, barcas e pontos turísticos.
A metodologia é
marcada pela aproximação com os músicos, o registro de suas performances e de
suas falas que dão significado às suas trajetórias musicais e de ocupação dos
espaços urbanos aqui chamados de “Espaços Populares” por serem onde grande
número de pessoas transitam e dão continuidade a formas de partilha e de disputa
dos territórios que são comuns a todos. O resultado desse trabalho se desdobrará
em um documentário que será lançado ainda esse ano com o objetivo de ampliar a
fruição do acervo de vídeos que conta com a participação de mais de cem
artistas da música que fazem das ruas seus “palcos” e suas fontes de renda
total ou parcial.
O site está no
ar desde novembro de 2019 e, por meio dele, pesquisadores, estudantes, artistas,
produtores e o público em geral podem acompanhar a pesquisa que associa
interesses estéticos e sociológicos, compartilhando percepções, narrativas e
experimentações. Os conteúdos, dessa forma, vão além de um mapeamento de
artistas e expõem a fluidez do campo da vida como campo de pesquisa, das
cidades como laboratórios e cenários e do espectador como um potencial
investigador e criador.
“O site tem
se desenvolvido como um dinâmico acervo de reflexões sobre o trânsito dos
artistas entrevistados e seus contextos de produção e circulação. Dessa forma, questões
relativas às histórias de vida e às nossas vivências no campo de pesquisa se entrecruzam
nos conteúdos gerados. O site apresenta, também, seções com imagens da nossa prática
investigativa, perfis dos artistas com seus contatos e inclui áudios que
revelam de forma interessante toda a mistura de sonoridades que permeiam o
ofício dos músicos nos espaços populares” (Laura Sousa).
Como esclarece,
também, Guilherme Patriota: “O projeto tem amadurecido muito com o caminhar
da pesquisa. Novas ideias e perspectivas estão em andamento. O que era um
simples registro estético tomou novas dimensões, assim como o que era apenas pesquisa
se transformou em produtos artísticos, em diálogos, em projeções que já estamos
lapidando e buscando aportes financeiros. Tudo em comunhão com o sentido da busca
por visibilidade para os artistas, as ruas, as interações cotidianas, a pesquisa
e seus conteúdos artísticos”.
O projeto
aborda, também, a complexidade da ação artística nas ruas a partir das redes de
colaborações e trocas de serviços que os músicos acionam cotidianamente. Nos
seus deslocamentos, os artistas criam estratégias para chamar atenção do
público, divulgar o próprio trabalho e movimentam gastos com hospedagem,
alimentação, transporte, estúdios de gravação, gráficas e vendem produtos
autorais que complementam suas rendas. Por meio dessas percepções e dando
protagonismo às falas dos(as) entrevistados(as), o projeto “O Palco é a Rua
– A Música nos Espaços Populares” foi um dos agraciados com o Prêmio
Delmiro Gouveia de Economia Criativa concedido pela Fundação Joaquim
Nabuco em dezembro de 2020.
Como um todo, o
projeto e suas plataformas de conteúdo impulsionam uma desconstrução de preconceitos disseminados
entre o senso comum e mesmo entre agentes
dos nossos mundos artísticos institucionalizados sobre as
potencialidades estéticas e as práticas
profissionais dos músicos dos Espaços Populares; destacando-se o intuito
de debater como nossas cidades podem se
tornar espaços menos hostis diante da arte que se desenrola em suas vias coletivas e, de várias
maneiras, sensoriais; atentando para as micro subversões e transformações nos
usos, partilhas e fruições que a música enseja em suas geografias e paisagens.
SERVIÇO:
Pesquisa “O
Palco é a Rua – A Música nos Espaços Populares”
Realização: Theia
Produtores Associados
Informações: theiaprodutores@gmail.com.