por João Gomes__
Jr Korpa |
Do
senso intuitivo
Todo cheiro é estranho
parece que vem de dentro
de onde não consigo
escrever
fragrantes poemas.
Parece que estão escritos
em algum lugar da pétala,
só resta organizar pedaços
tocando espinhos no caule.
Não o faço com incensos
e a técnica não me chega
porque não é esse o tratado
das descobertas sem esmago.
Tal uma mosca zapeando cega
que perdeu sua direção
e ainda assim marca espaço
no tempo que desenterra.
Jejum
de vida
Por opção
comer pouco,
o necessário
para se manter
em pé de ave
que voa alto
e bica pouco,
sem vomitar
tanta pressa
de reserva
armazenada:
para nenhum
esforço visto;
ou alcançar
o supra sumo
comestível
a milhas longe
da mordida
e mais energia
para manter
o necessário
sem medida
acontecível:
abocanhando
a vida repartida
em porções.
Ganhos deliberados
Neste
coração
de
folhas rabiscadas
rebusco
o fôlego
sempre
novo
do
instante.
Suportei
todos
de
forma brava,
olhares
congelados
em
raio ou teia
de
veneno farto.
Evoluí
no jogo
quiçá
cresci o nível
do
riso traseiro
antes
tão murcho
hoje
abridor pusilânime.
Deixei
de veia saltante
a
porta da bomba
testosterona
dita
com
licença atlética
para
ser forte.
Único
de mim
padeço
de todos,
dor
e desejo sofro
sem
saber pra onde.