por Divulgação__
A poesia e a
força das águas amazônidas
Livro resgata
em trovas a riqueza do povo das águas
O Brasil é um
país imenso. Não só em termos territoriais como principalmente em relação às
diversidades e culturas do seu povo.
Infelizmente,
muitos de nós, brasileiros, desconhecem a riqueza dessa pluralidade.
Ainda bem que
temos as artes e, em especial, a literatura, pois graças a elas conseguimos
descortinar novas realidades e perspectivas.
E nos
aproximar de outras culturas, outras experiências de vida, por meio de imagens,
sons e palavras.
Palavras em prosa
ou em verso.
Em trovas,
também.
É o que o propõe
o novo livro da autora Marta Cortezão: revelar um Brasil ainda muito desconhecido
dos outros Brasis já tão conhecidos.
O livro, que a autora está lançando pela Editora Penalux,
intitula-se Amazonidades: gesta das águas. A obra, por meio de
versos curtos, retrata bem a Amazônia e seu povo. Um Brasil do qual se precisa falar.
“O livro reboja a poesia do povo das doces águas”, conta Marta em recente
entrevista. “A poesia das comunidades ribeirinhas, onde me criei e viajei por
tantas estradas líquidas, bebendo na fonte do imaginário amazônida, que pulsa e
vibra na tradição oral que me foi legada.”
No entender da autora, a literatura pertence ao povo e com ele estabelece
uma relação de horizontalidade e simbiose. “Esse livro é um registro literário,
em trovas, destas manifestações culturais a fim de perpetuar a memória popular
e tradicional de meu lugar”, comenta.
LITERATURA DO POVO E PARA O POVO
Do ponto de vista cultural e literário, o livro registra e legitima
a literatura popular, aquela que vive das margens, com sua oralidade e
representações populares.
“A origem de toda literatura que se denomina canônica é a
cultura popular, a tradição oral”, explica Cortezão. “A Literatura nasce do/no
povo, é primitivamente popular. A relação entre povo e manifestações culturais
é de horizontalidade, pois a Literatura não entende de classes sociais, ela é
apenas e grandiosamente Arte”.
VOZES COMPLEMENTARES
Isaac Melo, que assina o prefácio do
livro, afirma que mergulhar no universo poético de Marta Cortezão é mergulhar
na multipluralidade da Amazônia. “Suas trovas são pedaços prenhes da vida
fecundante e fecunda que lateja incoercível em nossos barrancos, rios,
florestas e povos. [...] Seus versos pescados ou passarinhados nos fazem
imergir no universo espiritual da Amazônia, ao ‘encantamento das matas’, com
suas iaras, boiúnas, boitatás, botos, uirapurus, juruparis, ceucis,
rasga-mortalhas, acauãs, etc. Uma plêiade de encantados que nos faz entender a
importância de cuidar e preservar de todo esse rico universo social, cultural,
ecológico e místico das Amazônias.”
No texto de orelha, Zemaria Pinto reflete sobre outro
aspecto da obra: “Duas linhas de pensamento são recorrentes: a sensualidade e a
metalinguagem. Às vezes, elas vêm juntas: ‘A traquinagem do verso / faz vaginar pensamentos; /
então me entrego, de certo, / ao falo afoito do vento.’ As metáforas são
sempre construídas com elementos do imaginário: ‘Pensamentos escamei, / aparei todas
as abas, / as cicatrizes limpei / e salmourei as palavras.’ E observem o
domínio da métrica e das rimas – toantes, inclusive.”
Ao final do livro, Vânia Alvarez, escritora que assina o posfácio,
aborda sobre o significado da trova e sua importância na Literatura da
Amazônia. E complementa: “Esse é um perfil dos escritores amazônicos que ainda
precisa ser estudado e explorado pela crítica literária sobre a Literatura
Brasileira na Amazônia”.
SOBRE A ESSÊNCIA
Amazonidades: gesta das
águas
traz esse título em referência ao grande rio da floresta, forte presença
poética na obra de Marta Cortezão. “É o compasso das águas que marca minha poesia”,
finaliza a autora, “trazendo à tona o universo da Amazônia ribeirinha, sua
diversidade cultural e sua gente”.
Portanto, que o leitor ao embarcar neste livro visite as memórias
amazônicas. Que pise no chão líquido do povo das águas.
E se encante com o grande arsenal amazônico cultural, lendário,
mitológico, linguístico que os versos de Marta Cortezão nos oferece com sua
belíssima obra.
SERVIÇOS
Amazonidades: gesta das
águas
(poesia, 102 p; editora Penalux). R$ 40.
Pré-venda: clica aqui