por Conceição Rodrigues__
pré-faço
que a desatadora dos nós e laços
me detenha das cordas das foices e caibros
me detenha dos medos sem impulsos de coragem mínima
me livre da semente da injustiça
que me aparte da vida fácil por covardia ou conforto
me livre da tentação da morte provocada
que me corte as asas na hora de meu voo ensaiado
que desate meus caminhos para a morte gloriosa
depois que eu tiver vivido sem vara dono e cabresto
*Conceição Rodrigues, Os dedos das santas costumam faiscar. Editora Patuá São Paulo, 2021. p. 17.
Conceição Rodrigues nasceu em Arcoverde, portal do sertão pernambucano, mas viveu a maior parte do tempo em Recife, onde mora até hoje. É graduada em Letras e tem especialização em Literatura. Leciona na rede pública de ensino. Recebeu menção honrosa no III Prêmio Pernambuco de Literatura com o livro de contos “Corda para nós”, e no IV Prêmio Pernambuco de Literatura recebeu menção honrosa com o romance “323”. Trabalhou como assistente de Raimundo Carrero na Oficina de Criação Literária- UBE. Organiza e participa de antologias. Dá assessoria em produção textual em diversos gêneros e áreas. Publicou em 2020 “Molhada até os ossos” e em 2021 “Os dedos das santas costumam faiscar”, livros de poemas, pela Editora Patuá. E-mail: cecitha7777@gmail.com