por Ângelo Fábio__
Foto: Josivan Rodrigues. Kárin Albuquerque e Francisco Fabiano são autores do artigo premiado |
Artigo que discute dificuldades informacionais foi premiado no EREBD 2022, na categoria artigo completo. O trabalho aponta obstáculos que impedem uso facilitado da plataforma Mapa Cultural de Pernambuco.
Estudantes
do curso de Gestão da Informação da UFPE apresentaram no mês de abril, durante
o XXV Encontro Regional de Biblioteconomia, realizado em Teresina - PI, artigo
que aborda aplicação de métodos da qualidade total na gestão de informações. O trabalho apresentado pelos pesquisadores aborda temas relacionados à qualidade da informação e traz como referência uma análise
dos editais da Lei Aldir Blanc PE 2021.
O
desenvolvimento do artigo foi inspirado no grito dos profissionais da cultura
(artistas, produtores, mestres da cultura popular e gestores) sobre as
dificuldades de acesso e submissão nos editais na plataforma Mapa da Cultura de
Pernambuco. Uma vez que o site possui dificuldades informacionais de caráter de
acessibilidade que impediam o uso facilitado da plataforma, além disso as
exigências presentes nos editais LAB - PE 2021 apresentavam incompatibilidade
com a proposta da lei Aldir Blanc (Lei 14.017/20) que nasceu do objetivo de atender em caráter
emergencial profissionais da cultura afetados pela pandemia COVID-19.
O setor
cultural foi um dos primeiros da cadeia econômica a sofrer com a paralisação, e
aos poucos segue retomando suas atividades. A Lei Aldir Blanc, de autoria da Deputada
Federal Benedita da Silva, com relatoria da Dep. Federal Jandira Feghali,
surgiu como recurso de auxílio financeiro e apoio aos profissionais da área que
sofreram com impacto das medidas de distanciamento social durante a pandemia.
Em sua primeira portaria foram liberados R$ 3 bilhões para os Estados, Municípios
e o Distrito Federal com o objetivo de prover suporte aos trabalhadores do
setor, afetados pela suspensão de atividades. A destinação dos valores ocorreu através
de editais e chamadas públicas.
“Como
pesquisadores da área da Ciência da Informação acreditamos no acesso à
informação como direito humano. A pesquisa foi inspirada na possibilidade de
gerar melhorias nas próximas edições deste edital ou similares.” complementa
Francisco Fabiano. Kárin Albuquerque destaca que mestres e mestras da cultura
popular não teriam condições de fazer uso da plataforma e acessar os editais
sem apoio de produtores culturais ou pessoas que possuíssem o mínimo de
conhecimento em tecnologias.
Um dos
entrevistados declara: “O sistema como um todo não é pensado
para contribuir. Foi pensado para complicar. Ex: caixa de textos miúdas,
dificulta você ver o que foi colocado, impedindo a leitura final antes do
envio.” “O grupo ou artista já está cadastrado no mapa cultural com todas suas
informações (nome, endereço, documentos etc.). A SECULT já deveria considerar
as informações como comprovantes. Não solicitá-las diversas vezes como em
qualquer projeto.”
Dados da Pesquisa |
O
gráfico acima, conhecido como Diagrama de Pareto, um dos produtos da pesquisa,
aponta as principais dificuldades enfrentadas durante o uso da plataforma Mapa
Cultural, entre elas se destacam travamento do site, site fora do ar e lentidão
do sistema. Com os resultados apresentados no diagrama é possível desenhar
estratégias para mitigar as lacunas existentes na plataforma Mapa Cultural.
O artigo
sob a orientação da Profª Dra. Nadi Presser, do Departamento de Ciência da
Informação da UFPE, analisa os critérios da informação, dando destaque as
condições da acessibilidade e representacional. A primeira, focada na
plataforma Mapa Cultural PE, tratou sobre a qualidade, facilidade e eficiência
que o usuário teve ao navegar na plataforma para submeter os editais. A segunda
abordagem, dedicada ao estudo dos editais LAB PE 2021, considerou atributos
como as informações presentes nos editais, analisando se as mesmas foram de
fácil interpretação e se possuíam clareza ao público para qual se destinavam.
Os autores aplicaram testes de usabilidade para avaliar a plataforma. Este trabalho
acadêmico revelou-se como uma possível indicativo de quais ações de melhorias
podem ser utilizadas pelo Estado nas ferramentas e métodos hoje
disponibilizados para aplicação da Lei Aldir Blanc. A adoção de tais melhorias
podem impactar diretamente toda cadeia produtiva cultural do Estado, sobretudo
a camada da sociedade com baixo conhecimento ou sem acesso às ferramentas
tecnológicas.
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