por Divulgação/Marcela Güther__
Pandemia,
angústia e recomeços: poeta baiana Renata Ettinger lança “A mesma vida é outra”
Publicado
de forma independente, terceiro livro da poeta se debruça sobre si mesma —
autora e sua palavra — em transformação; em pré-venda, a obra será lançada em 2
de junho, em Salvador (BA)
“Uma
vida que desponta em meio a tantos dias iguais. A princípio, invisível a olhos
nus; com o tempo, perceptível em poemas. Feito os ‘dentes adormecidos’ de
Renata: sob um pretenso adormecimento, há um trabalho incessante, um remoer que
aponta para o futuro. Esse processo de expansão não é sem angústia.”
Luisa
Benevides, escritora e psicóloga, no prefácio de “A mesma vida é outra”
Um
olhar demorado sobre recortes da vida: a poesia, o próprio tempo, o corpo-casa
e suas implosões, amores, mortes e renascimentos. É assim que Renata Ettinger
dá vida ao seu terceiro livro de poemas “A mesma vida é outra” (publicação da
autora, 2022, 88 pág.), uma narrativa poética sobre transformações, escrita
durante o período de isolamento social imposto pela pandemia da Covid-19. O
livro tem a orelha assinada pela poeta e fundadora da Mormaço Editorial, Maria
Luiza Machado; prefácio pela escritora e psicóloga Luisa Benevides, e posfácio
por Thainá Carvalho, escritora e colagista. O título, em pré-venda, está
disponível no site www.renataettinger.com.br.
“Sempre
há novas possibilidades dentro da mesma vida”
Renata
experimenta a ciência do tempo e, por meio de sua escrita potente, nos convida
a enxergar que sempre há novas possibilidades dentro da mesma vida. “Gosto
de pensar este como um livro sobre transformações e processos. O próprio título
já traz a mudança. A mesma vida é outra é um livro de percurso, desses que a
gente vai e volta e, se não estamos mais no mesmo lugar, também estamos. É uma
espiral. Os recomeços insistem, incluem a estrada já percorrida e incluem
nossas transformações. Por isso, também é um livro sobre estar em movimento,
sobre o tempo e sobre estar viva”, revela a autora. “Sempre há novas
possibilidades dentro da mesma vida.”
“Cada
verso é uma certeza, uma afirmação do poema que, embora sujeito a todas as
formas de interpretação pessoal, não deixa dúvidas sobre o sentir mesmo da
palavra. Ao longo da obra, a própria autora faz essa análise da palavra,
trazendo poesias metalinguísticas que não se apropriam apenas da jornada do
escritor, mas também do encontro do leitor com a experiência poética”,
escreve Thainá Carvalho, que também destaca, no posfácio da obra, um domínio
dos versos que, curtos, “realçam a verticalização do poema e sensação de
movimento”. “Somos envolvidos por diversas reflexões, de estranhas a
lógicas, negativas a positivas, para compreender, poema por poema, que
‘renascer/a cada hoje/dói’. Mas, ao fim, sermos outros cabe na mesma vida.”
Entre
Adélia Prado, Ana Martins Marques e Hilda Hilst
Leitora
voraz de poesia contemporânea, Renata traz como principais influências para o
seu terceiro livro autores como Ana Martins Marques e Eucanaã Ferraz.
Também cita nomes como Adélia Prado, Hilda Hilst, Adília Lopes e Adriane
Garcia. Nascida em Itabuna, na Bahia, Renata é publicitária e
arteterapeuta, mas “fala pelos poemas” desde os 12 anos. Já publicou os livros “GRITO:
silêncios ecoando em minha voz” (2020), “Oito Polegadas” (2018) –
uma coletânea lançada com os poetas Mário Garcia Jr., Nalini Vasconcelos e
Ricardo Guedeville - e “Um eu in verso” (2002), todos de forma
independente.
Além de
escrever, durante o período de isolamento social Renata realizou o projeto “Quarentena
com Poema (QCP)”, em que compartilhou um poema em áudio por dia com amigos
e interessados em poesia. Foram 215 dias consecutivos de poesia para ouvir e
sentir, com mais de 70 autores contemplados. Depois, Renata criou o podcast “Trago
Poemas”, iniciativa que caminha para o segundo ano em formato semelhante ao
QCP. Ambos podem ser conferidos nas principais plataformas de streaming
(Spotify, Deezer, Google Podcasts, entre outras).
“Em A mesma vida é outra, vemos a mesma mulher-poeta de Grito, dos áudios diários de seu podcast e dos pequenos vídeos nas redes sociais. Mas também vemos uma outra: que se sustenta no trabalho com a palavra durante esses dois últimos anos de incertezas e desespero. Ler Renata aqui, é, acima de tudo, relembrar o motivo de termos escolhido ler e fazer poesia um dia, e nos preencher com todos eles para continuar escrevendo, lendo e vivendo”, destaca Maria Luiza Machado, que assina a orelha da obra.
Para mais informações, basta acessar o site www.renataettinger.com.br
Leia o
poema “terra-palavra”, de “A mesma vida é outra”
minha
terra-palavra
sofre
com a seca
sou
toda
a
aridez do verso
clamando
por água
acolher
a pausa
um
sentir semente
e
esperar o tempo
do
verbo-chuva