por Divulgação__
A solidão do mundo moderno
Contos escritos
com ironia e lirismo, uma coletânea que aborda problemas da sociedade
contemporânea
Contista premiado, Luiz Gustavo de Sá se envereda novamente pela prosa
curta para nos apresentar sua nova coletânea: “Ninguém está olhando”, livro
recentemente publicado pela editora Penalux.
O livro procura transitar por diferentes assuntos e atmosferas, tendo
como ponto de convergência uma constante preocupação em apresentar, sem muitos
filtros, o cotidiano urbano nas suas diversas facetas, num mundo repleto de injustiças,
ambiguidades e estranhamentos.
“O objetivo
da maioria dos textos é, sobretudo, surpreender e, por que não, divertir”, diz
o autor em entrevista à nossa assessoria.
A prosa,
flexível e fluida, pretende provocar no leitor reflexões sobre a nossa contemporaneidade:
as desigualdades sociais, os problemas ambientais, a intolerância com o próximo,
a inadaptação às mudanças, a solidão do mundo moderno. Uma ironia fina, quase
imperceptível, perpassa todos os textos. Partindo, muitas vezes, de situações banais,
vividas por pessoas comuns, os textos vão se desdobrando, até revelar o
insólito da condição humana, precária, mas nem sempre conformista.
Luiz Gustavo provoca: “Como você se comporta quando ninguém está
olhando?”
Esse é o mote de alguns contos do livro. Um motoboy se envolve num inusitado acidente; algo está para
acontecer num dia ensolarado de praia, ou numa exposição de Modigliani;
projeteis riscam o céu revelando diferentes realidades; uma desilusão amorosa é
descontada numa travesti; a pandemia, a solidão urbana, o desejo reprimido de
brincar, os barulhos, as memórias de paixões – tudo isso o leitor encontrará
nesse conjunto de contos.
“Somos
mutantes e contraditórios e temos que negociar com os outros o tempo todo”,
sentencia o contista.
“O desfile
de tipos e cenários é quase uma amostra de crônicas urbanas”, escreve
Claudionor Aparecido Ritondale, professor de Literatura que assinada o texto de
orelha do livro. E prossegue: “O autor tem uma veia literária notável. Neste seu
segundo livro mostra nossa contemporaneidade urbana brasileira confusa e
complexa, de forma muito criativa, até se deixando levar pela prosa poética,
com um sarcasmo de um observador arguto de costumes”.
Uma das características da obra é a de utilizar-se de uma linguagem
coloquial, sem deixar se levar pela superficialidade, procurando ser sempre bem
cuidada e descomplicada. Os textos flertam
muitas vezes com o lirismo ou a irreverência, aproximando-se do poema, da
crônica ou mesmo da anedota. O autor explora diversas possibilidades narrativas:
na primeira, terceira e até na segunda pessoa. O resultado que se apresenta é bastante original ao valer-se da
combinação de diversos estilos, sem perder sua singularidade e elegância sutil.
SERVIÇOS
Ninguém está olhando (contos, 146 p; editora Penalux). R$ 45.
Disponível: clica aqui
Luiz Gustavo de Sá nasceu em São Luiz Gonzaga-RS, e mora em Niterói-RJ. É engenheiro e formando em História pela Universidade Federal Fluminense. Foi premiado no III Concurso Municipal de Contos da Prefeitura de Niterói de 2005 e pré-selecionado na Edição de 2018 do Prêmio Sesc de Literatura. Participou da antologia de contos “Geração em 140 caracteres” (2011) pela Editora Geração Editorial, e da antologia poética “Palavra, a arte que domina o mundo” (2021) pela Editora Itapuca. Publicou o livro de contos Parafernália (2020) pela Editora Itapuca.