por Bruno Ramalho de Carvalho__
O homem foi colocado numa cela pequena, de paredes, chão e teto na cor de cimento, e uma janela, também pequena, cuja base ficava à altura dos olhos, de modo que, nas pontas dos pés, lhe permitisse a visão de um muro alto, também na cor de cimento. O arrebol descia por detrás, destacando o coroado de cacos de vidro do muro alto e a moldura de arame farpado em espiral. No fundo da cela pequena, no canto esquerdo, havia um bloco de alvenaria sobre o qual se dispunha um colchão fino, encardido e velho, rasgado nas pontas e cheirando a suor curtido. Havia manchas de sangue respingado em uma das faces; na outra, felizmente, não, pensou. No chão do canto direito, oposto ao do bloco de alvenaria, havia um buraco redondo, fétido e sem fundo, onde, supôs, deveria despejar, como seus antecessores, urina, fezes, vômito e lágrimas. Esses dois últimos, despejou ainda na chegada, de joelhos, como se pretendesse rezar.
Quando os soldados da escolta bateram à porta de sua casa, por volta das sete horas da manhã, o homem, ainda de pijamas, já assistia ao noticiário, tomava seu chá de mulungu, camomila e maracujá, e se preparava para o dia. A ordem da prisão vinha do alto escalão, disseram, não se sabia de quem exatamente ou de onde, tampouco chegava por escrito. Era ordem verbal, com o devido respaldo no discurso do ministro, transmitido em cadeia nacional de rádio e televisão no dia anterior. Não viram? Um oficial sorria com deboche, outro não esboçava sentimento algum e o terceiro desviava com cobiça os olhos para a menina que se postava atrás do pai, uns doze anos, de roupas curtas e justas, marcando bem as curvas recentemente adolescidas, e, portanto, firmes, próprias da idade.
Enquanto um dos agentes que bateram à porta às sete horas da manhã, o debochado, algemava o homem com alguma truculência, os outros dois bagunçaram os seus livros e blocos de notas à procura de algo que o associasse à subversão, à luta armada ou às tendências afeminadas comuns aos que, como ele, praticavam alguma arte. Procuravam qualquer coisa, sem saber o quê, abrindo aleatoriamente as gavetas da escrivaninha e as portas sob a estante em cujas prateleiras não deixaram nada. Coletaram o que era de aparente interesse, uns diários com anotações sem significado, fosse pelos garranchos ou pelo conteúdo, um caderno com crônicas, contos e poemas malacabados, os originais de um romance que sonhava publicar e umas fotografias de sua juventude, desgastadas pelos anos. Aquilo tudo que lhe faria pouca ou nenhuma falta se levado em outras circunstâncias, tornava-se extremamente caro naquelas e a dor sentida pelo homem foi imensa. Entretanto, o desespero da mulher e da filha, pedindo que não o levassem, pelo amor de Deus, e os vizinhos assustados às portas das suas casas, enfim, doeram-no mais que todo o resto.
Nunca havia pegado em armas e era agora levado na traseira de um carro de custódia, onde havia outros dois homens, dos quais, em princípio, não conseguiu identificar. Não havia luz no interior da cabine e, ainda que houvesse luz, não haveria rostos a iluminar, levou uns instantes até que os olhos dessem traço a quem eram seus companheiros de acaso. Um deles, de fato, não conhecia, mas o que estava sentado ao seu lado era figura familiar, tinham estado juntos em eventos literários e eram amigos comuns de um conhecido intelectual da cidade, que promovia encontros culturais, regados a bom vinho e, para quem gostava, substâncias clareadoras da mente. O homem não era adepto dos entorpecentes, mas gostava de estar entre os que sim, principalmente a ayahuasca, porque sentia que as alucinações dos outros também lhe rendiam clareza e inspiração. Tentou puxar assunto, mas o terceiro preso, o desconhecido, chiou com o indicador sobre os lábios cerrados, sussurrando em seguida que o silêncio poderia salvá-los, ao menos um ou dois.
Na chegada ao pelotão, não houve questionamentos por parte dos homens fardados ou alguém que lhes justificasse o fato de estarem detidos. Não foi dada sequer notícia de onde estavam ou direito a verem seus advogados, ou data para visitação. Presos de guerra, alta periculosidade. Foi somente o que disseram, na entrada, ao soldado que guardava as chaves da primeira grade. Estava escrito nos documentos que também vieram no carro de custódia. Nada mais, em seguida, com palavras, mas deixaram claro, com empurrões e tapas na nuca, que ninguém mais ali contaria com a mínima cordialidade. Os três foram separados e o homem soube que um havia sido levado, na mesma noite, para a cadeia de um pelotão distante; do outro, nada mais soube.
No princípio, o homem se distraía contando as horas pela posição do sol, que quase não enxergava pela janelinha, mas que podia imaginar, tanto pela claridade quanto pelas sombras que as nuvens, quando havia, faziam sobre a terra batida dos fundos do quartel, entre a sua parede e aquele muro. O passatempo até durou, mas o interesse por ele foi se enrijecendo, dando lugar ao ensimesmamento, que passou de imposto a inato. Acumulava a desesperança em seus pensamentos, o que não tardou a derrubar saudades, castrar anseios, cegar memórias e apagar sonhos. Sua fome se rarefez reduzida ao sem gosto daquela massa misturada e fria de todas as refeições, que era o que vinha. Já se passavam dias, tinha noção, mas já havia perdido a conta certa.
Uns meses antes de ser levado, o homem havia estado na rua entre os líderes da militância estudantil, dando mais força ao coro contra a repressão que crescia desde a queda das instituições democráticas, derrubadas pelo regime autoritário instituído aos moldes do que só se sabia, até então, pelos livros de história e pelos documentários. E embora não tivesse seguido com os estudantes nem mesmo até a catedral onde o primeiro grande tumulto aconteceu, apareceu nas imagens de capa de uns dois ou três jornais de grande circulação, o que foi suficiente para lhe atribuírem suspeição. Chegou a ouvir de um daqueles soldados que o levaram que o faziam porque tinham a informação, de fonte confiável, que o homem tinha feito parte dos discursos acalorados em frente à igreja central, incitando um levante contra o governo de então, e que era um líder perigoso daquilo tudo, e que, portanto, não poderia mais gozar das mesmas liberdades dos cidadãos de bem, dos cidadãos de bem, o soldado repetiu, várias vezes, como se quisesse fazer o homem ressignificar o termo num avesso de qualquer definição minimamente razoável e digna.
Toda aquela mentira, o homem sabia, fazia parte da encenação para que se justificasse a arbitrariedade daquelas prisões. Tinha visto acontecer com alguns amigos e conhecidos, muitos dos quais haviam desaparecido, e temia que também sumissem com ele, alegando fuga ou, simplesmente, silenciando sua existência, e sequer levando à família uma mensagem de condolências, ou, quando sim, como em raras ocasiões, fazendo-o para camuflar uma morte sob tortura. E pensar daquela maneira o fazia sentir, de fato, uma espécie de medo, ora infantil, como o que as crianças sentem dos monstros, mesmo sabendo que não existem, mas elevado ao pavor, porque era quase certo que morreria e não sabia como ficariam os seus diante da inumanidade com que a sua morte supostamente contaria.
Passavam-se mais de trinta dias, estava certo, até que, no segundo cárcere, um dos vizinhos de cela, alguém de espírito nobre, mas incógnito, pudesse lhe enviar um livro, em caráter de empréstimo, feito à vista grossa de um guarda menos rígido, que conhecia a obra em questão e não viu motivo para interceptá-la. De início, pareceu uma ironia ler aquela edição surrada de um clássico sobre opressão e cárcere, claro, por estar naquela situação, e fazê-lo, na maior parte dos turnos, sob os olhares de um mesmo soldado, que costumava andar a passos lentos de uma ponta à outra do corredor, passando repetidamente em frente à cela, como quem estivesse bisbilhotando o que se lia ou tentasse descobrir o que se apreendia do lido. Mas depois, o homem se viu, ao mesmo tempo, diante de graça e constrangimento, passando a ter a leitura frequentemente interrompida pelas reais intenções de um soldado querendo saber das impressões da leitura e compartilhar as suas próprias, já que tinha lido o mesmo texto recentemente. Havia uma nesga de sensibilidade entre os homens da tropa.
Na cadeia de então, eram diários os banhos de sol, entretanto dirigidos pelo horror das ameaças no discurso dos algozes do turno. O homem cumpria quase sempre calado as horas de pátio, em que se haviam, também silenciados, todos os homens, num esforço de crença de que tais momentos, que eram tudo o que tinham fora do claustro, sinalizavam um resquício de humanidade. O homem tentava, quando deixavam e ele podia se desensimesmar, ter com os outros, porque ouvir uma ideia que fosse além da sua, mais que falar, podia lhe trazer algum deleite. Sentia, contudo, o possível da alegria só por não parecer tão sozinho. Com os outros, chorava internamente, ora pela imanência das suas vidas, ora pela iminência, presumida, das suas mortes. O pátio era onde experimentavam casa para o imaginário, recriavam as praças das cidades de onde vinham e até as festas de antes, ou mesmo uma rua cheia de gente que lhes permitisse a casualidade de um encontro interessante.
Durante as noites em que conseguia dormir além dos habituais cochilos, o homem sonhava com mulheres dançando nas fronteiras do presídio, que, deduzia e desejava, eram a sua liberdade à espera, ainda que, acordado, soubesse que era a sua indesejada quem estava do lado de fora, não a esperar, mas a ameaçar invasão. Ela, a morte, o queria e a todos os que estavam presos ali, ele tinha certeza, mas ainda cria na esperança e na felicidade para além das questões filosóficas, mesmo que as pequenas alegrias da cela fossem muito piores que as tristezas de quando era livre. Era naquela crença que aquele homem, seus sonhos e todo e qualquer resto seu de humano, mesmo sem amenidades, caíam sobre si sem paraquedas, apenas amortecidos pela lembrança da delicadeza de quando viver, mesmo com os seus sofrimentos, era para si um verbo mais de sorriso que de lágrima.
Passava-se pouco mais de três anos desde que o golpe havia destituído o regime eleito e colocado o fino do sórdido no poder, com seus oficiais mavórcios já menos ressentidos das tentativas frustras anteriores. No país, espalhava-se a exaltação às armas e o cheiro da testosterona da farda, exalado sem quaisquer pudores. Os cidadãos de paz, emudecidos pelo medo que aprisionava tanto ou mais que as grades, engoliam, enfiado goela adentro, o endeusamento do ódio e da necessidade premente de matar sob o pretexto da salvaguarda da honra da família e do manto da pátria. Sob o disfarce da ordem, a barbárie das botas bailava normalizada, pisoteando as gotas de lágrima, suor, sangue e o que mais pudessem despejar os corpos dos mortos e dos não mortos.
Foi durante aquela estadia que o homem conheceu um certo soldado interessado em arte e literatura, e que trazia umas letras das canções de sua autoria, para que opinasse, avaliasse com os conhecimentos que tinha. Aos poucos, aquela amizade oportuna foi atraindo alguns outros soldados e até uns oficiais, que passavam pela cela e se demoravam por uns minutos de assunto. Era até possível esquecer por uns instantes de onde estava e por quê, e achar que convivia com pessoas normais, e que podia haver ternura entremeada à tortura que se aculturava nos corredores daquele prédio. Sim, sabia que a prática da tortura ainda era constante, que a tolerância do discurso era mais camuflagem que tolerância, porque uns presos ainda desapareciam e os sumiços coincidiam com os gritos e gemidos de dor que se ouviam em não raras madrugadas.
A primeira vez que um oficial de fato teve com o homem aconteceu aos cerca de quarenta dias de confinamento. Com as mãos algemadas nas costas, foi levado pelos corredores do prédio até uma rampa que descia, em ziguezague, dando numa porta. O soldado que o acompanhava bateu secamente três vezes e a porta foi aberta por um outro que os aguardava do lado de dentro, revelando se tratar de uma sala pequena e escura, onde havia, ao centro, apenas uma mesa e duas cadeiras, uma de frente para a outra, em posição própria dos interrogatórios do cinema. Preenchendo a metade de uma das paredes, havia um grande espelho, que, também pelos filmes, imaginava ser o vidro de uma janela, através da qual, de uma sala anexa, alguém invisível assistiria à conversa. À sua frente, ainda em pé, um senhor mediano, com seus cinquenta e poucos anos, o observava, a face sombria, demonstrando mau humor. Ouviu alguém chamá-lo de verdugo.
Porém, ao contrário do esperado, não foram feitas muitas perguntas nem houve violência física. A intenção de amedrontar o homem era clara, mas a da preleção era mais. De acordo com o tal verdugo, a prisão havia se dado sob acusação de subversão à ordem e aos bons costumes, por causa da sua palavra sã e sensata, mas pouco serena e muito liberta. O homem estava preso porque não sabia se sentir preso, porque não aceitava não ter asas, porque sabia dizer poeticamente de todas aquelas atrocidades e, dessa forma, armar opositores com pensamentos profundos e, sim, subversivos, o que não poderia ser bem-visto por quem não aceita o contraditório. Talvez tenha sido aquela interação com a tropa a gota d’água pela qual o comandante mandou chamar o homem, porque não queria mesmo que houvesse soldados sensíveis em seu batalhão e sentia que era esse o papel daquele papo de cultura. E talvez tenha sido por isso que, daquela sala de interrogatório, o homem foi levado para a solitária, onde passaria muitos dias e teria tempo para voltar a sentir suas saudades.
Quando criança, sendo filho de uma mãe devota de vários santos, foram tantas as novenas em sua casa que ele não se lembrava bem dos dias em que estiveram juntos somente ele, a mãe, o pai e os irmãos. Essa foi uma memória fortalecida na solidão daquela eternidade, porque sentiu falta dos seus e mais ainda de um deus em que, maduro, pudesse acreditar, um santo para o qual, aflito, pudesse elevar preces, uma vez que já não era capaz de investir sua fé desde a infância. Certo de que não seria justo, afinal, haver somente um deus servindo a todo o planeta, estava também de que a saudade, por sua força, por dispensar qualquer devoção e, ainda assim, assolar invariavelmente a todos sem piedade, era a maior entre todas as divindades.
Numa tarde nublada de quarta-feira, véspera de Natal, devolveram o homem à luz e, além disso, permitiram a ele a companhia de outros presos. Foi desses que ouviu dizer que todos ali haviam sido presos em razão das tolices do ditador imposto e de seus ministros, reveladas dias antes pela gravação de uma reunião em que se discutia a crença na existência de um partido secreto, de estirpe social, que angariava adeptos das causas humanas, e que aquela tese estapafúrdia se confirmava pelas ligações que o grupo de presos tinha, sociais ou políticas, diretas ou não, com movimentos em defesa das mulheres e minorias, de luta pela terra e pela renda, ou de combate aos preconceitos de variada natureza.
A semana seguinte, com mais conversas permitidas entre os presos e os desejos de que todos fossem em breve liberados, passou sem que o homem contasse os dias, só soube porque alguém falou em virada do ano e ele pôde sonhar com um brinde, a mulher e a menina, e alguns amigos de quem, novamente, sentiu saudades. Pensou que seu deus, se deus houvesse, pudesse ser, talvez, a esperança, que, diziam, só morreria se não restasse mais ninguém na Terra, e rezou para ela vendo queimarem os fogos que se podiam ver do pequeno céu de sua cela.
Passados dias do réveillon, foi a notícia de que seria transferido para o outro lado da cidade a que lhe trouxe a certeza de que morreria sem ver novamente a família, pois pouco lhe parecia existirem sinais da sua libertação. Como não se sabia do lanço de muitas pessoas presas desde o último ato das forças totalitárias e não julgava ter os predicados suficientes que lhe garantissem ser salvo de um fim torpe, o homem seria somente mais um desaparecido político a compor uma estatística sem número.
Numa noite quente de janeiro meado, por volta das onze horas, sem que dissessem uma palavra, com os gestos bruscos de praxe, levaram-no dali, sob a algazarra dos colegas de cela, que queriam saber que fim o homem levaria. Na penumbra de um novo corredor longo, esse em linha reta e sem fim, a cadência dos coturnos, um cortejo fúnebre com os dois soldados do séquito, ele e seu caminho para a morte, mais nada. Chegaram ao lado de fora do prédio, onde um carro o aguardava. À porta, um guarda portava um fuzil.
Pronto. Seria executado perto dali e jogado numa vala, à indigência, era certo e, por isso, entregavam-lhe a dignidade de ser transportado no banco de trás de um automóvel comum, ao invés de em uma caçamba de viatura. Mas não, o destino foi outro. Atravessaram a madrugada, em silêncio, pela penumbra de ruas ermas e desconhecidas, que, o homem não soube como, deram em sua casa.
Olhando de dentro do carro, o vazio da calçada denunciava que ninguém havia sido avisado sobre sua libertação. Talvez não fosse mesmo coisa de se festejar, diante do absurdo, do enorme sofrimento humano que ficava para trás. Um poste iluminava a rua, as correspondências abarrotando a caixa de correio, o portão estranhamente entreaberto, uma parte do jardim judiado pelo descuido, os vidros das janelas acumulando poeira e as luzes internas completamente apagadas. Ainda era noite, mas o homem precisou conter a frustração de não ser abraçado calorosamente no momento em que sua vida era desinterrompida, preferiu pensar naqueles poucos soldados e oficiais de quem pôde extrair alguma sensibilidade e que, certamente, haviam agido em prol da liberdade de então.
Um desfardado abriu a porta do veículo, do lado em que o homem se sentava, e entregou um jornal do começo do mês, para que se atualizasse dos fatos, disse. Afinal, as notícias de poucos dias antes serviriam como se fossem as de ontem para quem não soubesse de nada por tanto tempo. Balançou a cabeça em sinal de agradecimento, desceu pisando com os dois pés o meio-fio e foi forte o bastante para olhar diretamente por um segundo os olhos belicosos daquele agente ainda capaz de uma pequena gentileza.
De repente, o carro da escolta já ia longe. Na primeira folha do jornal, destacavam-se três manchetes, uma sobre a mais recente missão espacial tripulada, uma sobre a Copa do Mundo que estava próxima e a outra sobre uma onda de violência contra os que eram como ele, intelectuais e, por conseguinte, subversivos. No pé da página, leu os obituários de uma mulher e sua filha adolescente, mortas quando gritavam por justiça em frente a um aquartelamento remoto e, por isso, acabaram atingidas por balas perdidamente disparadas, que, certamente, não vinham da guarda. Não havia fotografia, mas os nomes estavam lá, com o mesmo sobrenome que o do homem. De joelhos, como se pretendesse rezar, como no dia em que tudo havia começado, despejou vômito e lágrimas. A esperança era um deus sem piedade. O ano era dois mil e vinte e seis.
Bruno Ramalho de Carvalho (1978, Rio de Janeiro, RJ) escreve poemas, diverte-se tocando despretensiosamente o flugelhorn e se interessa por filosofia. Médico ginecologista em Brasília, DF, atua na área da reprodução humana assistida. É autor dos livros A penúltima coisa que se faz (edição do autor, 1999); Do amor deveras e das quimeras (e-book, Emooby, 2011); e livra-me, poesia (Scortecci, 2019), todos de poesia. Tem poemas publicados em revistas e portais de literatura, como Gueto, Mallarmargens, Ruído Manifesto e Mirada. Tem, ainda, mais de 70 artigos publicados em periódicos científicos.