por Marcos Roberto dos Santos Amaral __
go back
você queria que eu lhe perguntasse na fila do king mas não perguntei
qual a timidez
a que se esconde para se achar
para abalar o mundo
a que tiraniza que quer atenção
respiramos fundo e lamentamos não termos dinheiro
passeio a tardinha 2
cadeiras de balanço soltas na calçada:
– Se tivesse tempo filmaria um filme mais curto?
– e eis que a mulher
pede belamente
para fumar
quando queima n’algo
feito para parecer
uma fornalha
familiares risadas ecoam enquanto desce o sol e o café…
passeio a tardinha
o gás que arvora
um salto quente mergulha
e a velha fama canta
e o coito interrompido
e o dente estragado
olho
um pavio
um navio
em chamas
me chamas
um espinho em meio a plumagens de mil megatons coloridos
Solícita Verdura
Subjugada às minhas mãos,
É certo alcançar meus olhos:
E fazer ver a mim.
Subjugada às minhas mãos,
Tento cair-me em meus braços,
Fortes, para que me embalem.
Subjugada às minhas mãos,
Deito-me n’água da vida;
Fervo o leite d’esperança.
Subjugada às minhas mãos,
Espero o jorro que sopra
E traz tudo para aqui.
Ó Enigma De Lábios Roxos
Me permita beber-lhe o seu viço
Como, em taça, um licor de perfumes,
Ó enigma de lábios roxos...
Sinta, Grão-Lábio, toda minh’alma,
Que eu! lhe dedico em sua pessoa,
Que eu! lhe ofereço! a eternizar!
Luz paira sobre meus nossos olhos,
Fechados, nesta noite de lua,
Colossalmente mui alta e clara,
Estendida, ao longo, como um persa
Imperial de prata pelas vagas,
Ó enigma de lábios roxos...