Das distrações ao amarelo de Van Gogh | Emanuela de Sousa

por Emanuela de Sousa__






Descobri recentemente que quando vejo a cor amarela lembro-me de você. Não sei se é pela sensação de felicidade que ela transmite ou se é pelo fato de lembrar o Sol. O sol me remete a você. 


Noite passada sonhei que lhe entregava girassóis, tão lindos e amarelos vivos, quanto os que Van Gogh pintava. Seu rosto corava quando me via chegando, dizia que nunca havia recebido flores, não esperava em recebê-los. Lembro perfeitamente, nesse sonho, do reflexo dos girassóis se fazendo presente nas lentes do teu óculos. 


Me distraio com facilidade, perco-me entre os jardins, há tantas coisas para se ver lá fora. Perco-me entre cores suaves, ardentes, doces ou neutras. Há muita riqueza ainda para se descobrir nesse mundo, a melancolia do coletivo não pode me privar de enxergar. Eu ainda não conheço nem a metade. Posso me perder, mas o caminho que me leva até você, sempre encontro. 


Enquanto você não vem, danço, me perco, ouço novas canções e faço novas descobertas e continuo a escrever. Gastando vários guardanapos com escritos sem pé nem cabeça, rabiscando novos cadernos. Mas, pelos próximos dias passarei em frente à floricultura, para admirar os girassóis e outras flores. Prometo lembrar de ti. 


Eu não sei quanto tempo falta, não sei o que será do amanhã, se ainda estarei distraída ou se a loucura do cotidiano irá me roubar minhas esperanças. Caso não me encontre, procure-me entre os girassóis. É lá que estou. 



Ainda guardo os teus olhos, 

Como os girassóis de Van Gogh. 






Emanuela
 de Sousa
é de 1991, natural de São Paulo e desde a infância se interessa por arte. Atualmente estuda Jornalismo/Comunicação Social e escreve, semanalmente, para um jornal. Emanuela também tem dois livros publicados, e este ano lançará seu terceiro título, com prosas e crônicas: "Quantos Abismos cabem na alma?" Pela CJA Edições.