Dois poemas do livro Escova de Dentes, de Cris Oliveira

 por Cris de Oliveira__









sobre o desperdício


tudo o que eu digo

entorna um mal entendido

um dito mal dito


tudo o que eu não digo

cai no despercebido

um maldito não dito


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tira o eu

da poesia

resigna

tira o resíduo

breu

resina

tira o eu da rotina

retira a retina

retire la rétine

enlève le je

un élève

le jeu

genève

place de neuve

il neige

a neve é leve

let it snow

lettuce no

let us know

i retire the entire

eye

no more tears

more tea, yes

that will be nice

with a bit of rhyme

before i die

i say adieu adeus goodbye







Cris Oliveira
(@cris_taiane) (São Paulo, 7 de março de 1974) é formada em
Biblioteconomia e Documentação pela Universidade de São Paulo e trabalha com gestão de coleções digitais e metadados na sede da OMS em Genebra. Frequentou os cursos Escrevendo Poesia da Oxford University, Escrita Criativa da Esc. Escola de Escrita e Narrativas Curtas da Universidade de Cambridge. Atualmente frequenta o curso de Tradução: Inglês-Português da Universidade de Toronto. Participou em antologias da I Jornada de Poesia Virtual e do VI Festival de Poesia de Lisboa, tem textos publicados na Ruído Manifesto, selo Off Flip e no blogue da Bibliotrónica Portuguesa da Universidade de Lisboa. Escova de dentes (Paraquedas, 2023) é seu primeiro livro.