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Projeto de digitalização e difusão dos cartazes do Mispe resgata a memória gráfica do design pernambucano
Com o objetivo de preservar, revitalizar e fortalecer a memória gráfica do Estado contida na coleção de cartazes do Museu da Imagem e do Som de Pernambuco (Mispe), desde a sua fundação em 1970 ao início do séc. XXI, em 2000, ou seja, no período de 30 anos, será lançado no dia 18 de maio, data em que se comemora o Dia Internacional dos Museus, o projeto Memória Gráfica de Pernambuco: 30 anos de design digitalizados na coleção MISPE (1970-2000). O documento consiste na digitalização e catalogação cronológica do acervo composto por aproximadamente 2 mil unidades para disponibilização de imagens acompanhadas de texto alternativo na plataforma digital do instagram, no endereço @memoriagrafica_mispe, possibilitando a democratização do acesso a toda a população. O projeto conta com incentivo do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura-PE).
A iniciativa para a digitalização e difusão do acervo de cartazes do Mispe é do mestre em Artes Visuais, o pernambucano Felipe Ferreira, que identificou a urgência da necessidade para que esse equipamento cultural e seu conjunto material fossem salvaguardados e tornado acessível ao grande público. De acordo com ele, o rico patrimônio que guarda a memória de Pernambuco encontra-se, atualmente, em uma reserva técnica com circulação restrita, nas dependências da Casa da Cultura, no Recife, junto à diversos itens da coleção como filmes, partituras, discos, fitas de áudio e vídeo, cartões postais, fotografias, slides, livros, cordéis, recortes de jornal, entre outros.
"O rico material histográfico está escondido do grande público e esquecido de nossa memória coletiva, além de estar num local com grande dificuldade de acesso", lamenta Ferreira, ressaltando a importância dos documentos para que os mesmos sirvam não apenas para a guarda, mas, sobretudo, para a pesquisa e a difusão da produção cultural do Estado do passado e do presente, estando em espaços de formação como fonte para pesquisas, discussão artística e que voltem a servir como reflexo do percurso histórico da atividade gráfica e cultura visual local para o fortalecimento da nossa identidade.
O projeto consiste em disponibilizar as imagens acompanhadas de texto alternativo em plataforma virtual, com recurso de acessibilidade permitindo alcance ao conteúdo por deficientes visuais e pessoas com baixa visão, além de criar e disponibilizar em formato e-book o resultado final do processo, composto por texto crítico introdutório e apresentação do acervo digitalizado, cujo link para download permanecerá na bio do @memoriagrafica_mispe. Em todos os textos descritivos haverá a #PraCegoVer, sinalizando a existência de conteúdo acessível e facilitando a busca na hipermídia. Além disso, o material servirá para auxiliar os espaços acadêmicos e artísticos, cujos trabalhos tenham ênfase nas áreas de memória, design gráfico e preservação.
De acordo com a historiadora e museóloga, Mônica Ferreira do Nascimento, parceira no projeto, a áudio descrição dessas imagens trará à tona momentos importantes que ficaram guardados apenas na memória de quem os vivenciou, o que tornará possível reconstruir o passado e dialogar com os eventos históricos e culturais na época em que ocorreram. Ela diz ainda que o projeto é um trabalho de resgate de grupos marginalizados, que hoje, não tem o mesmo espaço que tiveram outrora. "Os cartazes além da história, transmitem um sentimento, um pensamento e muitas vezes a memória afetiva. As fotografias deles além de fazerem um resgate desses momentos históricos servem para demonstrar os avanços técnicos na elaboração dos mesmos. A fotografia vai além da estética verbal", enfatiza. Para Nascimento, com a áudio descrição o projeto tornará mais acessível e possível a observação e a apreciação dos materiais possibilitando uma maior noção crítica para compreender o significado e contemplar a beleza da arte produzida, estimulando as emoções e despertando os demais sentidos.
O idealizador ressalta ainda que o projeto contribuirá para o fortalecimento da memória local, regional e nacional, não somente em seu sentido histórico, mas também no plano afetivo e no imaginário coletivo. "Com esse trabalho, iremos permitir a fruição do rico material na abertura de horizontes", complementa Ferreira.
Felipe Ferreira é mestre em Artes Visuais e pesquisa o processo de criação utilizando a luz como meio expressivo. Seus esforços comungam na difusão da realidade mediada e na compreensão da luz como veículo estético, tecnológico e sagrado. Graduado em Comunicação Social, possui especialização em marketing e fotografia. É sócio-colaborador do Instituto de Ecologia Humana - IEH, onde atua nas áreas de educomunicação e arte-educação. Primeiro brasileiro a fazer parte da Light Painting World Alliance, lançou o ebook Light PE Painting (2015) e Catimbaluz: sensibilizando o olhar ambiental (2021).
Juliana Gleymir é educadora audiovisual, cineclubista, diretora de fotografia e produtora. Graduada em Cinema e Audiovisual na Universidade Federal de Pernambuco.
Mônica Ferreira do Nascimento, historiadora, bacharel em Museologia, com atuação em exposições em instituições públicas federais, na preservação e manutenção de acervos particulares e públicos. Pós-graduada em Educação Especial e Inclusiva, Neuropsicopedagogia Institucional e Clínica Premium e em Produção Cultural, Arte e Entretenimento.