por Divulgação__
I —
Canetas, livros e mentes confusas
Ocupando um mesmo lugar,
Enlaçados e colidindo sem parar.
Sem razão e sem métrica,
Não é mais tão acalentador estudar.
As canetas escrevem vermelho
E vermelho se espalha por lá.
Sonhos e respiração
São roubadas inocentemente sem razão
Por emissários de terror
Semeando ódio e dor,
Cegos e insensíveis,
Sem o mínimo pudor.
Eu, então, me calo e fujo.
Sinto medo, não quero dor.
Há poetas deitados em folhas brancas,
Tingidas de carmesim.
Não aceito mais vítimas,
Quero disso o fim.
II —
Eu, então, não aceito e não permito.
Sinto a dor, não quero terror,
Sigo em frente e não hesito.
Por isso, não esquecer-me-ei
Dos corpinhos pequenos deixados para trás,
Cheios de ideias coloridas,
Que foram ceifados por mentes deturpadas
De ideais distorcidos.
Não esquecer-me-ei, muito menos,
De Elisabete Tenreiro
Que, como propósito de vida,
Tinha somente o de lecionar
E espalhar o seu sorriso mais verdadeiro.
Não esquecer-me-ei, portanto,
Das companhias e risadas sem fim.
Sem se esconder e temer,
Vamos findar juntos
Esse reinado de caos e dor
Que foram deixados para trás
Em túmulos de granito e marfim.
III —
Anseio por cada ingênuo sorriso teu,
como anseio pelo sol todo dia,
que roubaste dos céus como Epimeteu
e fizeste dele minha moradia.
E, dando cor ao meu mundo tão feio,
tu encandeaste-me com teus olhos de sóis.
Foi quando amei-te sem receio,
e envolveu-me com teus caracóis
Que colorem-me com seu vasto calor
de perfeitos nuances clementes,
salvando-me de um desatino dolor
que em efeito a ti, olvido prontamente
Rayssa Lorrany Santos Silva nasceu no dia 1 de agosto de 2007, em Paulo Afonso, na Bahia, e vive atualmente em Delmiro Gouveia, em Alagoas. Desde a infância escreve histórias e contos, mas aos 12 anos de idade se familiarizou com sonetos e poemas, sofrendo grande influência, principalmente, das obras de Cecília Meireles e Florbela Espanca.