por Valdocir Trevisan__
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| Steve Cutts |
Se os Engenheiros do Hawai lançou a questão,"quem são eles, quem eles pensam que são?", então sigo citando a expressão "Eles, sempre Eles"… ora, o baile segue nas madrugadas de Brasília...
Alguns que me acompanham, perguntam, mas afinal, quem são eles?
Às vezes deixo a dialética "no ar", mas não é difícil saber quem são os representantes desse grupo funesto.
"Eles" são aqueles que fazem guerras para roubar dos outros. Não são as guerras pelas batatas de Machado de Assis, ou melhor, de Quincas Borba, quando a batalha se justifica, pois apenas uma tribo poderá sobreviver se aniquilar o inimigo.
"Eles" são aqueles que não aceitam os corajosos que atravessam o Mar Vermelho e muito menos a acompanhante da senhorita Manette navegar à França no romance "Um Conto de duas Cidades" (Charles Dickens). Na obra, a personagem expressava "se estava escrito que eu deveria atravessar a água salgada, o senhor acha que a Divina Providência me manteria presa numa ilha como a Inglaterra?".
No mesmo livro de Dickens, uma frase do marquês (para esse autor, assim mesmo, com "m" minúsculo), resume a arrogância, a imbecilidade daqueles que carregam o complexo de superioridade, "o ódio aos superiores é uma involuntária homenagem de seus inferiores".
Esses… são "Eles", aqueles… "aqueles" que Mário Quintana dizia que passarão, da mesma forma que o personagem de Dickens é assassinado em 24 horas após espalhar suas frases nebulosas.
"Eles" são assim, dinheiro, capital, dinheiro, capital e são os representantes da "Era dos mendigos emocionais" como Augusto Cury destacou.
O inesquecível Marco Polo(Cury) alertou várias vezes que existem vacinas para combater viroses, mas que faltam vacinas contra a violência e transtornos psíquicos. Ah, e ainda temos pela frente "mitos" que querem distância da vacinação… esses são "Eles"... Sempre "Eles".
Afinal, quem "Eles" pensam que são? "Eles" não conseguem entender que o ódio retorna, que atrás de um indivíduo que fere sempre haverá outro ferido, um lugar onde o humanismo de Edgar Morin permanecerá subordinado.
"Eles" querem dinheiro e poder, custe o que custar, azar do próximo.
A lógica deles não é aquela do Dr Spock, nosso orelhudo simpático de Jornadas nas Estrelas. "Eles" falam de uma lógica estranha com respostas improváveis como aquele que numa disputa ultrapassou o segundo colocado e achou que já era o primeiro.
Ora, se ultrapassou o segundo, está na segunda posição… atrás do primeiro...
Pois é, como ficam os padrões sócios culturais de Ruth Benedict que declara que todo indivíduo não vê o mundo com olhos puros, "mas o vê modificado por um determinado conjunto de costumes, instituições e maneiras de pensar"(olha a indústria cultural aí gente).
E "Eles" sempre existiram, estão na ativa há séculos. Aqui revelamos a essência de estudar sociedades primitivas, elas ajudam a "avaliar e compreender o papel de enorme importância desempenhada pelo comportamento culturalmente condicionado" acrescenta Ruth.
O escritor chileno Roberto Bolaño sacramenta, refletindo que no governo Allende, (mesmo com as sabotagens da direita), o país ainda conseguiu promover diversas estatizações, atreladas a empresas norte-americanas como a Anaconda e a Kennecott. Porém, após o golpe de Pinochet, "Eles" restabeleceriam laços com as famílias Rockefeller e Rothschild.
"Eles"… sempre "Eles"...
Valdocir Trevisan é gaúcho, gremista e jornalista. Autor do livro de crônicas Violências Culturais (Editora Memorabilia, 2022) Para acessar seu blog: clica aqui
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