Mudar é preciso, crônica de Carlos Monteiro

 por Carlos Monteiro__



                                                                                       
                                                                     
                                                         
                                        
                                                        
                                                                
                                                                 
Fotos: Carlos Monteiro

                                                                   

Mudar é preciso

Estamos em reforma para melhor servi-lo. Em obras por um futuro melhor, neste momento de total consciência. O mestre de obras, o projetista, o arquiteto e o engenheiro somos nós, uníssonos por cidades mais acolhedoras, mais compromissadas com a coisa pública, com o cidadão munícipe.

 

É hora de ‘retrofitar’, modernizar, efetivar o progresso com matizes vibrantes e cores, muitas cores, todas as cores do ‘Disco de Newton’. Não importa os tons, não importa o que representam, não importa se formam o arco-íris. Cores são fundamentais numa reforma, dão vida, trazem calor e esperança. Precisamos deixar os tons de cinza apenas para destacar obras de arte e no cimento queimado que dá bossa e ar de despojamento.

 

Não é apenas uma caiada, uma maquiagem em tintas baratas à base d’água, anilinadas com corante Xadrez ou cal virgem.

 

É uma reforma estrutural. Há que se rever os alicerces, há que se recalcular a base, há que se usar concreto protendido e concreto ‘amado’. Há que se reerguer paredes, derrubar muros. Lâminas de vidros devem substituir janelas pequeninas, para que a luz do sol possa brilhar mais uma vez, chegando a corações esperançosos, ansiosos por dias melhores.

 

É hora de se erguer patamares que deem sustentação a paredes mágicas, formadas em desenhos lógicos. Uma lógica consciente, humanizada, perseverante, concreta e real.

 

Nos jardins da história, o paisagismo deve ser determinante em que o restolho seja húmus, a semente do mal seja queimada para sempre e renasçam apenas flores-de-amor. Jardins suspensos naturais, onde a floresta ‘fale’ mais alto, onde o canto dos pássaros tenha mais ‘voz’, onde as cascatas sejam somente véus perenes de água fresca, chegadas ao lindo lago do amor.

 

É hora de mudança, é hora de melhorar, é hora de progresso. Reformar é preciso! Diria o poeta: “... viver, não é preciso...”. Para se viver um grande amor, é preciso uma pitada boa de ajustes. Reformar é preciso!

 

Estamos em reforma para melhor atendê-lo e melhor servi-lo!

 

Não nos desculpamos pelo incômodo!




Carlos Monteiro é fotógrafo, cronista e publicitário desde 1975, tendo trabalhado em alguns dos principais veículos nacionais. Atualmente escreve ‘Fotocrônicas’, misto de ensaio fotográfico e crônicas do cotidiano e vem realizando resenhas fotográficas do efêmero das cidades. Atua como freelancer para diversos veículos nacionais. Tem três fotolivros retratando a Cidade Maravilhosa.