por Divulgação__
"Olhe Para Mim ... Schau Mich An ...", que reúne fotoperformances da artista, acontece no Instituto Sarath, na Vila Mariana. Evento também marcará o lançamento de seu novo livro "Banzo e Afetos", publicado pela Literíssima Editora
A partir do dia 9 de novembro, o Instituto Sarath receberá a exposição "Olhe Para Mim ... Schau Mich An ...", de fotoperformances de Terezinha Malaquias (@
Em suas obras, a artista evoca narrativas que remetem à história da arte ocidental, brasileira e
africana. "Através de tecidos, objetos e wearable art, a performer se refere a ícones da arte moderna como Alexander Calder, quando faz uso do arame para criar objetos que se envolvem em seu corpo; Marcel Duchamp e seus ready-mades, quando se apropria de objetos, como rolos de papel higiênico, escovas, cabides, utensílios de cozinha como facas e espátulas, violão etc; e Arthur Bispo do Rosário com objetos (wearable art) que podem se referir ao seu particular modus operandi de escrever e desenhar através do bordado", observa Onésimo.
E no dia 11 de novembro, também no Instituto Sarath, a artista participará de uma roda de conversa e performance com convidados: Cássia Sarath, psicanalista e produtora cultural; Kazuyo Yamada, professora e bodypainting para a área da saúde; Maria Célia Malaquias, psicóloga, psicodramatista e professora;
A exposição "Olhe Para Mim ... Schau Mich An ..." seguirá em cartaz até o dia 12 de dezembro e estará aberta à visitação de terça a sábado, das 10h às 19h, no Instituto Sarath (Rua
Evento também marca o lançamento de seu novo livro "Banzo e Afetos"
Além da exposição, Terezinha
Lançada na mesma semana em que a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou o fim da emergência de saúde pública de importância internacional referente a Covid-19, “Banzo e Afetos”
O termo "banzo", que dá título ao livro, era o termo com que pessoas escravizadas no Brasil se referiam ao sentimento de falta do seu lugar de origem. Dividido em três partes - crônicas, contos e poemas,
Desta forma, são abordadas principalmente suas implicações sociais e subjetivas, bem como um processo de resistência e renascimento por meio do reencontro com a ancestralidade, o afeto e o desejo de vida. "Escolhi esses temas porque eles gritavam dentro de mim. Escrevi para dar vida a eles, pari-los para o mundo", conta Terezinha.
"Banzo e Afetos" extrai do cotidiano e das emoções experimentadas o material para compor seus escritos, desnudando o universo íntimo e singular de Malaquias e, ao mesmo tempo, contemplando sentimentos e vivências comuns a todas as pessoas. “É uma escrita simples, amorosa e direta. A intenção é lembrar ao leitor que a beleza e a felicidade podem estar, por exemplo, em contemplar o nascer ou o pôr do sol, numa xícara de café ou chá com quem amamos, ou ainda receita da avó que segue sendo passada em frente a gerações”, explica a autora.
A estrutura do livro de Malaquias constrói um movimento de cura: nas Crônicas, o olhar para o cotidiano — em que se destacam os elementos da cozinha e da
Para Malaquias, o processo de escrita do livro também foi transformador e curativo. "O começo da pandemia me fez refletir muito sobre a vida. O processo foi mudando aos poucos. Teve dias que escrevi todos os dias, em outros dias não conseguia escrever, porque a dor e a preocupação eram grandes demais”, relembra. “Escrevo também como um processo de cura para mim e para o coletivo".
Entre o Íntimo e o Universal, as várias facetas artísticas de Terezinha Malaquias
Terezinha Malaquias nasceu em
A verve artística apareceu cedo para Malaquias, que rememora uma ocasião onde pediu aos pais para mudar-se para São Paulo em vista do desejo de ser cantora, aos cinco anos. Criativa e ambiciosa, conseguiu estabelecer-se na cidade mais velha, atuando inicialmente como modelo. Mais tarde, descobriu-se também como performer, poeta e escritora. Atualmente, ela se intitula uma artista de palco, transitando entre a performance, videoarte, desenho, pintura, bordado, instalação artística e escrita criativa — seu trabalho pode ser acessado via site oficial (www.terezinhamalaquias.com)
Apesar das muitas linguagens, Malaquias
Em seu trabalho como escritora, isso é evidente pelas autoras que cita como referência, caso de Adélia Prado (1935), Conceição Evaristo (1946) e Ryane Leão (1989). Além de "Banzo e Afetos", Malaquias
Desde 2008, Malaquias reside na Alemanha. Mora em Freiburg, a cerca de 800 km de Berlim, capital do país. É formada pela Edith Maryon Kunstschule, escola de arte de Freiburg, e atua há 12 anos em galerias do centro cultural E-werk Freiburg, além de seguir com seus trabalhos como artista.
Confira um trecho do livro:
"Muitas vezes, enquanto estou fazendo o jantar, eu observo da janela da minha cozinha um casal de vizinhos do sétimo andar, e sempre vejo os dois caminhando de mãos dadas. Isso me lembra os meus pais, eles caminharam juntos e de mãos dadas por quase cinquenta e três anos.
Hoje de manhã, bem cedinho, encontrei esses vizinhos no supermercado, que fica a cerca de um quilômetro do nosso prédio; eles empurravam um carrinho de compras. Quando me viram na entrada do estabelecimento, me cumprimentaram sorridentes e festivos. Depois nos encontramos novamente nas bancas de verduras, legumes e frutas. Assim como eu, eles vão e voltam sempre a pé.
Ela tem 88 anos e ele tem 92. Ela é alemã e ele, polonês."
Acesse o site oficial da artista: www.