O Mariaccas, o comunista e o Titanic (continuação), crônica de Carlos Monteiro

 por Carlos Monteiro__


                                                            

                                                   
                                                        
                                                              


O Mariaccas, o comunista e o Titanic


(...continuação)

Certa feita, por meio de seu preferido equipamento de comunicação, conhecido por “notis ducentis quadraginta”, divulgou que seu arqui-inimigo, de origem comunistuns, Vavá Puttinho III, havia chamado a atenção para seus atributos físicos. Logo seu inimigo, mas, se era elogio e, ainda mais vindo de um desafeto ideológico, decidiu disseminar, afinal em terras onde só grassavam mariaccas medrosos com a cervasvid-91, vírus poderoso que teimava em devastar outras terras, mas que, na verdade, era uma invenção de uma turma que queria dominar todos os feudos economicamente e podia ser facilmente curado com um medicamento milagroso: a Candidaresta

Os Mariaccas eram, segundo o príncipe, criaturas abomináveis que, temendo a morte, insistiam em utilizar elmos de tecido, ficar isolados e buscar uma vacina. Isso lá naqueles tempos não era coisa de macho.

Uma de suas palavras preferidas era retroceder, principalmente o que já havia dado certo. Costumava ser acompanhado por grupos adeptos ao seu estilo fanfarrão, os Guzerá Gir Zebus. Fiéis apoiadores e escudeiros consagrados pelos antolhos verdejantes, por mantras metafóricos para deuses, entremeados por indagações em apólice de perda total, quando confrontados. Não costumavam ir muito longe, pois tinham medo de cair na borda do terreno que acreditavam ser plano.

Outro episódio marcante do príncipe Fusca foi sua ida a um burgo distante conhecido como “Loveshovel”. Uma estranha doença havia acometido os íncolas daquelas paragens. Se chamava ‘entregar para outrem ganhar’. Provocava escuridão e fraqueza. Não havia energia em nada. Muitos dias após o início dessa invulgar endemia, Downkilling achou, por bem, dar uma olhada in loco no que se passava. Mal sabia ele que estrangeiros, naquelas terras, eram imediatamente contagiados pela “Síndrome de Titanic”. Mal que levava a pessoa ter vontade de receber brisa no rosto, andar de braços abertos em qualquer veículo, ‘encoxada’ por outra. Não se sabe se foi feliz. O que se sabe é que o barco afundou, não tinha coletes e botes salva-vidas para todos, só um terço dos passageiros escapou da morte.

Não foram felizes para sempre!

Baseado em sofismas redundantemente irreais



Carlos Monteiro
 é fotógrafo, cronista e publicitário desde 1975, tendo trabalhado em alguns dos principais veículos nacionais. Atualmente escreve ‘Fotocrônicas’, misto de ensaio fotográfico e crônicas do cotidiano e vem realizando resenhas fotográficas do efêmero das cidades. Atua como freelancer para diversos veículos nacionais. Tem três fotolivros retratando a Cidade Maravilhosa.