por Carlos Monteiro___
Com todo respeito aos equinos, mas o homem vem se mostrando uma mula, um burro, um asno tal a quantidade de equívocos tomados para com a natureza. Derruba a floresta para ficar sem sombra e, ao pegar sol, se tornar um camarão?
O homem se faz vaquinha de presépio, balançando o badalo a tudo que dizem, fazendo estilo de onde a vaca vai, o boi vai atrás. Alguns, de tão mão de vaca que são, chegam ao absurdo de se expressarem contrários à preservação “mesmo que a vaca tussa”.
Toma decisões a passos de cágado, lesmas ou tartarugas, mantém a boca fechada como siri para as grandes verdades, dá passos para trás como caranguejo. ‘Arre-égua’, quer ser cabra macho e não protege seu bem mais precioso. Cai como um pato, vê que está dando zebra, mas insiste, se acha forte como um touro, mas, é frágil como a asa de borboleta ou um passarinho indefeso no ninho, lobo em pele de cordeiro deixado para cuidar do galinheiro.
É ovelha desgarrada em suas atitudes, sarcástico, faz como o jacaré que, em rio de piranhas, nada de costas. Tem minhocas na cabeça e sangue de barata. É teimoso como uma mula. Pensa que acerta na mosca, mas, na verdade, come mosca.
A natureza está cobrando sua insensatez, está uma onça com o homem. Quando o ser humano vai acordar da hibernação? Abrir seus olhos de peixe morto, deixar de lado o complexo de vira-lata e de patinho feio?
Não dá para ficar na lagoa de cócoras junto aos sapos que não lavam os pés, não dá para engoli-los, são dose para elefante com engasgo certo do mosquito. Não dá para continuar sendo abelhudo, pulando de galho em galho como macaco de circo gritando: “macacos me mordam”. Cada macaco fica em seu galho como num grande auditório, isso é fato, mas, não há possibilidade de se quebrarem os galhos? Afinal, quem quebra galho é macaco pesado.
Do jeito que as coisas caminham, não haverá um pássaro na mão... pior: nem voando!
Que o homem se torne rápido como um gato e bom ‘pra’ cachorro. Acorde para o futuro, proteja a natureza. Que a convenção da bicharada volte a acontecer.
Viva eu, viva tu, viva o rabo do tatu e a natureza! Viva o bicho-grilo!
*Fotografias: Carlos Monteiro
Carlos Monteiro é fotógrafo, cronista e publicitário desde 1975, tendo trabalhado em alguns dos principais veículos nacionais. Atualmente escreve ‘Fotocrônicas’, misto de ensaio fotográfico e crônicas do cotidiano e vem realizando resenhas fotográficas do efêmero das cidades. Atua como freelancer para diversos veículos nacionais. Tem três fotolivros retratando a Cidade Maravilhosa.