por Wellington Amancio da Silva__
Bovinarias
Capim-Brasília —
De olho no Planalto,
disse o poeta pós-moderno:
Multidões marchando
em cascos no Aguento em flor
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Boi-de-protestos,
a cor marrom da tua pelugem
é a cor do teu perispírito,
salvo o Chã de Dentro e
a ceia-feia de domingo, brancos
olhos parasitas
Capim de profeta —
Boi de dois
Boi de três
Boi não vale uma rês?
Chama cá o poeta,
canta-dor de bois
Que rumina torto
em linha reta
O arlequim dos reis
vive de letra e de arroz
Capim-way —
Caminhar
não sabe aonde
Casconauta a contrabonde
Quatro assentados —
chão assente,
capim como
ouro puro
Capim-amarras —
Os nós
Os nós que vos laçam
que vos atam
e vos amarram
Os nós que vos mugem
(capim verde/amarelo)
Vós, cadaverídicos
Apocapim —
Depois do fim do mundo,
horizonte liso
e duro
(Há de se entender nisto algo
de profundo)
horizonte liso —
um travessão puro
no meio do monturo
ereção bovina/
mudo o homo duro
Capim sério —
Todo mundo falando
de sanidade à borda
do precipício...
Os quatropatas,
silentes, ruminam
confusas metafísicas
Democrack —
Boi neutro
de carrapatos provisórios,
arrebatados por passarinhos
Boi,
nem perde
nem ganha
Boi na manha