por Ariel Montes Lima__
Foto de Steve Johnson na Unsplash
REALIDADE E REPRESENTAÇÃO:
Ideias a Desenvolver
Conceitos abertos e fronteiras diluídas na língua
O que é linguisticamente representado não está sujeito a uma delimitação. Na teia de sentidos do idioma, o que é pode tornar-se o que jamais se pensou.
Apenas a ação irrepetível per se stessa serve à comunicação.
A língua e a ficção
Não interagimos com a realidade per se. Antes de qualquer coisa, nos atravessa a representação. A primeira das ficções é a língua, epítome máximo do irreal.
Não obstante, cumpre perceber-nos encerrados: só podemos vislumbrar a mentira pelos próprios véus que lhe atravessam.
A palavra direta importa pouco. Muita vez, a verdade última não se expressa pela lógica.
Paradoxos e o limite do pensar
Os paradoxos não servem para refletirmos sobre a realidade, mas nos ensinam os limites de nossas representações.
A realidade é indelével.
Chegar, pois, ao limite da razão é chegar ao limite da humanidade.
Materialidade e Abstração: Breve Tópico Sobre a História do Texto
O texto é corpo e espírito em um só. A palavra escrita é a prisão do espírito poético.
Ora, vos estarreço ao dizer que um dicionário não é mais do que um cemitério de palavras?
A Abstração da Divisibilidade
Nada ocorre isoladamente. O mundo é concomitante.
A Verdade
Em meio ao mar de representações, perde-se a possibilidade de encontrar uma verdade última. Não que essa não exista, mas nos faltam as ferramentas para recolher o abstrato. Com dedos de elefante, tentamos tecer flanelas.
A disputa pelos sentidos é a disputa pelo poder.
Manifesto
Revoltar-se contra o dado é o mais nobre ato de rebeldia.
A Humanidade
A humanidade é condição. Nada pode ser mais sumamente nos qui sumus do que nossa cognição.
Mais Além da Corda Bamba
Genialidade é sofrimento. A visão além do horizonte é uma mirada para o abismo.
Um ser humano é do tamanho dos seus sonhos.
Hay ir más allá del yo. Der Übermensch ist nicht für Heute.
Eu
O Eu é uma pergunta. Nunca uma resposta.
Existência e Essência
A disputa ao entorno do que seja essência e existência, de a priori e a posteriori, enfim, do que seja a suposta veritas aeterna não deixa de estar, paradoxalmente, limitada ao que é sumamente humano.
Com efeito, pensar é enganar-se. A realidade não é, em nenhum sentido, acessível pelo pensar. Por isso mesmo, a própria querela entre essencialistas e existencialistas é, al fin y al cabo, resolvível ajustando-se a lente da história.
Tudo o que há de mais humano é posterior à humanidade. Nada é desde o princípio, pois tudo sobre o que podemos comentar passa pela ilusão do pensar humano.