por Ana Karla Farias__
Esta obra, decorrente da minha pesquisa de mestrado, se propõe a investigar os modos de subjetivação e caminhos do pensamento da cinescritora belgo-francesa, Agnès Varda, bem como da escritora brasileira Clarice Lispector. Ambas, através de um processo ensaístico de inscrição subjetiva e da liberdade de experimentação, construíram narrativas no cine-ensaio e na literatura que escapam de uma acepção convencional. Por meio de uma inflexão ensaística, seja no cinema, seja na literatura, Varda e Lispector reinventam uma estrutura narrativa a partir da construção de formatos e temáticas que têm como ponto de partida suas motivações pessoais, mas com a interpelação do outro.
As vozes, olhares e escritas dessas artistas, em algum momento, tomaram meu corpo. Um corpo que escreve e se perfaz na escrita do outro. Durante o percurso da pesquisa e escrita, Varda e Lispector seguraram minha mão nas travessias doloridas de uma pesquisa solitária, que se iniciou em um momento atípico de pandemia. Como se um fio invisível nos conectasse, elas sussurravam em silêncio de dentro das páginas dos livros: Escreva, não desista! E então, refiz caminhos da minha história, deixando para trás cidades, paisagens e pessoas que eu amava, em busca de materializar esse sonho que agora vai se metamorfosear em livro. Esta obra se faz importante porque lança o desafio de mostrar o quanto as narrativas dessas duas artistas multifacetadas, mesmo em âmbitos diferentes, podem se emaranhar a partir da dimensão ensaística, como também descortina as operações artísticas para trazer a público, a inscrição de si, dos seus corpos, da escritura de vida e das experiências das mulheres.
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