por Mirada__
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“Macumba Poética” combina elementos do teatro de rua e da cultura popular, como os tambores do Maracatu e os Parangolés, criando uma narrativa que revisita criticamente o processo de colonização. O enredo traz à cena a chegada do colonizador e a resistência dos Pindoramas (filhos da terra), culminando em uma antropofagia simbólica que inverte o poder, devorando o invasor com alegria guerreira. O espetáculo propõe o reencantamento do espaço público e o resgate de narrativas silenciadas, inspirando-se em autores como Oswald de Andrade e João do Rio.
Dilma Mesquita, diretora e idealizadora do projeto ao lado de Rômulo Sá, destaca a importância do projeto: “Macumba Poética é um ritual público de encantamento e devoração que promove um cruzamento de linguagens artísticas, caminhando entre o sagrado e o profano, entre o humor e a poesia, ocupando os espaços da cidade”. O coletivo Zona Comum de Arte Pública, com forte atuação nas ruas e praças do Rio de Janeiro, vem desenvolvendo trabalhos que celebram a diversidade dos povos urbanos e denunciam as violências do colonialismo. “Em São Paulo, não tem como não citarmos a histórica relação de negligência com a natureza, com seus rios soterrados, e a recente situação climática calamitosa de seca e fumaça das queimadas. Precisamos reencantar a cidade, ouvir o povo das ruas, se inspirar no que o espaço público tem a nos oferecer”, conclui Mesquita.
A Miacena, idealizada por André Acioli e Dani Angelotti, reunirá mais de 20 atrações em cinco dias de programação, de 25 a 30 de setembro, promovendo um encontro entre a performance artística e o ambiente urbano. A abertura com “Macumba Poética” será uma celebração do poder transformador da arte pública e de sua capacidade de dialogar com as questões sociais e culturais do Brasil.
A curadoria da Miacena é realizada por André Acioli, Celso Curi, Elisa Volpatto, Gustavo Portugal, Malu Barsanelli, Pedro de Freitas e Wesley Kawai. Serão cerca de 30 exibições em espaços alternativos de São Paulo.
O Zona Comum de Arte Pública, fundado por Dilma Mesquita e Rômulo Sá, é um núcleo de criação dedicado a performances em espaços públicos, unindo teatro, música, dança e artes visuais para explorar novas formas de ocupação e expressão urbana. Dos seus trabalhos mais recentes, se destacam Macumba Poética (2024) e PedraPoesia (2024), as oficinas públicas Poesia e Parangolés (2024) e Teatro na Praça (2021 — atualmente) e o sarau de rua Sopa de Letras (2008 — atualmente). FICHA TÉCNICA Dramaturgia: Dilma Mesquita Direção: Dilma Mesquita e Rômulo Sá Elenco: Dilma Mesquita, Evandro Castro Neto, Flávia Pedrosa, Luís Monteiro, Rômulo Sá, Samuel Carrasco, Thalia Barbosa e Verônica Pereira Músicos: Carol Eller, Cleber Brown, Gabriel Glória, Krag (Bruno Vieira) e Rômulo Sá Produção: Romulo Sa Arte e Cultura Comunicação: Sacode Comunicações e Artes Realização: Zona Comum de Arte Pública