por Mirada__
Os visitantes da Flip terão a oportunidade de adquirir exemplares da obra no estande da com.tato, situado na Casa Escreva, Garota (Travessa Gravatá 56c/d). Com uma escrita sensível, Vanessa se debruça sobre as lições que sua avó deixou, iluminando a importância da ancestralidade na construção da identidade e na vivência das ausências.
Dona Astrogilda, uma mulher negra que enfrentou as adversidades sociais com dignidade, é a musa inspiradora dos versos de Vanessa. A autora não apenas homenageia a trajetória de vida de sua avó, que engravidou aos 16 anos e trabalhou como empregada doméstica, mas também se utiliza de sua história para questionar o que significa viver com as memórias de quem amamos. O livro é um tributo à vida e um diálogo com a ancestralidade.
A poética de (Im)Permanência se apoia na ideia de que a efemeridade não deve ser encarada apenas como perda, mas sim como uma nova forma de presença que persiste em nossas vidas. Os poemas nos convidam a refletir sobre como a saudade e as lembranças se manifestam como partes integrantes de nossa existência.
A linguagem acessível e direta de Vanessa aproxima os leitores de uma experiência emocional que toca em temas universais como amor, luto e memória. Sua escrita é marcada por uma musicalidade que cria uma leitura fluida e reconfortante, permitindo que os leitores se conectem com a profundidade emocional de seus versos, sem a necessidade de decifrar camadas complexas de significados.
Além disso, a autora destaca a interseção entre passado e presente, mostrando como as memórias moldam a nossa realidade atual. O processo de escrita de (Im)Permanência se revelou um caminho de escuta interior e reflexão sobre a finitude da vida, especialmente em um período de perdas pessoais que intensificaram sua busca por significado.
Vanessa Valentim também critica a sociedade contemporânea, que frequentemente ignora o valor das memórias e do contato com o mundo interior. Em tempos de constante estímulo à superficialidade, sua obra propõe uma pausa reflexiva, permitindo que o leitor reconecte-se com suas próprias lembranças e sentimentos. Com (Im)Permanência, Vanessa não apenas celebra a ancestralidade, mas também convida todos a revisitar sua própria história, reconhecendo que as ausências, longe de serem esquecidas, permanecem vivas.
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