por Carlos Monteiro__
Pise no freio, obedecendo ao coração e pare, nunca na contramão, mas pare, freie, breque, carregue nos travões. Deixe o carro em casa!
Olhe, pelo retrovisor, o passado do Planeta. Pare, olhe, escute, avance. Através do para-brisa, projete o futuro, proteja o globo terrestre. Os macacos, os jacarés, as porcas, as borboletas, o burrinho, o morcego, aquele grilinho incômodo e até o gato; sim, ele mesmo. O que vive na esquina da rebimboca da parafuseta.
Pare, observe o sinal fechado. A sinaleira, o farol, semáforo, sinal luminoso do meio ambiente gritando: “Parem com tantas emissões de gases tóxicos”. O Planeta ligou o pisca-alerta. Tenta parar o choque de tanta fumaça nos bancos da ilusão. No moto(r)-contínuo, com injeção-direta, carburado, na queima de combustível fóssil.
Deixar no ponto-morto não é solução. Projetar um futuro em marcha ré não é sensato, transitar acima da velocidade permitida não é seguro, andar na contramão da história é perigoso e totalmente arriscado.
Ela, natureza, acendeu o farol de milha, tentando enxergar, sem óleos, mas com lubrificantes para os olhos que, podemos optar, sim, por mobilidade urbana, passando pelo caminhar, utilizar transporte público, bicicletas. Podemos subir a rua Augusta, descer a Estrada de Santos com mais leveza e responsabilidade.
Que futuro, que legado queremos deixar para nossos filhos? Que bagagem queremos pôr no porta-malas ou no porta-luvas? Ouça as trombetas e o pistão, que tocam insistentemente, buzinam para que não acendam as velas de ignição no porvir. Tire o pé do acelerador, mude de marcha, manual ou automaticamente, mude a direção para um póstero melhor. Ilumine, seja com lanternas ou faróis, as estradas da vida para que não beije o asfalto na rua da amargura. A banguela de hoje é a BR-3 de amanhã. A segurança não pode estar, somente, no cinto!
Se puder, não use o carro!