por Leo Barth__
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A Foice e o Nada
A Foice igualou os homens
Ao fio da pedra Ao troco da paga
— a Verdade sacrificada
O Nada enlouqueceu poetas
Ao fio da palavra À paga de tão pouco
Tão pouco por
— Beleza suplantada
Nove vezes fora ar
Divisa da sílaba em sintaxe-mar
Lâmina furiosa Nada latente
Contrastantes Oblíquos
Antigos dissidentes
Até o abraço O mundo a girar
O espaço da Dança de Abismos
Cortando areias
No tempo Algaravias
Mundo a gemer
Coral dos Escravizados
— mudos a cantar
II
O Nada cerceou a Foice
Em lâminas destruiu a lâmina
Redobrou
Recobriu
Em nova Pedra
Em nova lâmina
Uma Âncora
Que comeu as folhas de uma árvore
Da Árvore
Como minou a Palavra
No mais pleno domingo
Distinto
Dos lances
E rubros de carradas
Amontoado
Do fel e néctar
Mudo supremo escárnio
III
Dobrar reconducriar O sim do não
Nadizendo sim
Foicenadeando
Livreprendendo
Cavalo perdeu Asas
E regurgitou uma Palavra
O Sol foi ver-lhe na lama
Derretido pela Massa
— o Choro
Mas não conseguiu negar o instante
Morrendo lúcido
O Coral dos Aleijados dança
— embasbacados