por Hermes Coêlho__
Poema da pág. 36
desde cedo
tenho sido
suicida
quando veio
o cid sida
o corpo disse
se decida
morte ou vida
sempre cedo
ao que ele dita
sorte
Poema da pág. 38
acostumei-me tanto
a deixar-me invadir
por lutadores leais
que nem percebi
o cavalo de Troia
hackeando sistemas
vencendo firewalls
eclipse do sol
armário reinstalado
nome proibido
assunto censurado
nas notícias de jornal
nas mesas da repartição
no bar da esquina
no almoço de margarina
dos pais das mães das tias
não é o vírus que mata
é o silêncio de ouro
feito bala de prata
Hermes Coêlho (@hermescoelho) é jornalista formado pela Universidade Estadual do Piauí. Atuou nas afiliadas das TVs Globo, Record e Brasil, em Teresina. Desde 2010, é repórter e editor da TV Senado, em Brasília. Atualmente, é chefe de reportagem da emissora e apresentador do programa Cidadania. Em 2000, venceu o Concurso Novos Autores, com o livro “Nu”, publicado em 2002 pela Fundação Cultural Monsenhor Chaves. Em 2023, lançou, pela Patuá, “Violado”. “eclipse” conclui o que o autor define como sua Trilogia do Trauma.