por Carlos Monteiro__
Imediatamente me veio uma passagem em que eu, por conta de trabalho fotográfico, me deslocava por estradas vicinais mineiras, daquelas que é uma casa ali e outra acolá. Havia recebido as instruções de como chegar, pois nem o GPS do celular funcionaria. Claro: fiz a fatídica pergunta: “É perto?”. A resposta foi certeira: “É logo ali, não tem o que errar!”.
A referência era que quando chegasse ao ‘grupo’ pegasse à esquerda e mantivesse essa posição até a porteira da fazenda. Estrada de terra, cortando ‘o nada’, buscava atentamente o ‘o grupo’, que na minha concepção (errada evidentemente) seria a sede da banda marcial do distrito ou algo assim.
Quilômetros e quilômetros rodados nada aparecia senão uma fazenda ali e outra acolá, até que me deparo com uma cooperativa na beira da estradinha, “opa!”, bradei; minha tábua de salvação. Estaciono, comprimento os presentes com um sonoro “bão”, no que fui imediatamente correspondido em coro, como é de praxe da atenciosa educação e hospitalidade mineira. Havia no ar uma sensação de alívio e, ao mesmo tempo ansiedade, pois eu saberia se estava perdido ou no caminho certo. Inicialmente descobri que ‘o grupo’ era a escola que estava um ‘cadin’ à frente, que a fazenda que eu procurava era “mais um pouco de estrada”… De repente, ouço uma voz tonitruante bradar do fundo da venda: “Vai para o Quilombo? Uai, cê tá longe ‘bagarai’!”… logo pensei: “Vou ter que atravessar o estado até o Mato Grosso para chegar lá!
Na verdade, não foi tanto, mas também não foi pouco — umas três horas e meia em estrada de terra batida. Por isso criei uma tabela com distâncias mineiras, assim, nenhum outro desavisado ficará se achando ‘perdido’:
- Dá para ir a pé: de 1 a três quilômetros
- Pertin: de 3 a 5 quilômetros
- Logo ali: de 6 a 10 quilômetros
- É um cadin longe: 30 quilômetros no mínimo
- É longe ‘bagarai’ a partir de 200 quilômetros