A poesia como reflexo das emoções humanas é a essência de “Veemente como o Sol”, novo livro de Iris Pongeluppi. Com uma poética sensível, a autora conversa sobre temas universais amor, desejo, incerteza e melancolia, criando versos que dialogam diretamente com o leitor.
Observadora do cotidiano e das grandes questões do universo, Pongeluppi constrói um eu lírico que oscila entre a delicadeza e a intensidade. Seus poemas não oferecem respostas prontas, mas revelam dúvidas e inquietações.
A obra está disponível para compra no site da editora Minimalismos.
Abaixo dois poemas do livro:
Das coisas não ditas
É noite no deserto…
Sinto frio.
A fúria do vento arrepia os pelos do meu corpo nu.
Meu cabelo se confunde com a areia.
Algumas estrelas caem, mas não se aproximam de mim,
as outras...
Ah as outras me seduzem na imensidão azul.
Não sei o que sinto por elas.
Belas e exibicionistas,
se mostram, mas me impedem de tocá-las.
Intangíveis,
nos interessamos por tudo que é impossível,
menosprezamos tudo que é ofuscado pelo real.
Minha alma tem passaporte para o desconhecido,
meu coração gravita na frequência lunar.
Você
Te ver é colidir
com o Cosmos.
Te ouvir
é despertar para a luz.
Sinto-me em transe
na magia do seu olhar.
Ah esses olhos…
Duas estrelas brilhantes
que observam e queimam
angústias dilacerantes.
Eles me desnudam
mas não hesito em tirar
os meus trajes
para você.
Os seus cabelos são
como noites de verão:
escuros e quentes.
Queria senti-los...
A escuridão é fascinante
e envolvente
Contrasta com a sua tez
de lua hipnotizante.
Estar contigo é transcendental
Um abrigo conhecido
Sensação de pertencimento,
Deja vu tão natural…
Talvez você seja bálsamo divino,
Anjo, Via Láctea ou apenas humana,
Não é importante,
O indubitável é que você é magnânima.
Iris Pongeluppi (27/10/1994) é mineira de Belo Horizonte, escreve desde a infância, já participou de algumas antologias e projetos artísticos e culturais. Autora do livro de contos Intangíveis (2018) e do livro de poesia Veemente como o Sol (2025) pela Editora Minimalismos. Possui contos e poemas publicados em revistas literárias como Revista Barbante e Revista Lira.