por Carlos Monteiro___
Fotografias de Carlos Monteiro |
Cores Cariocas
Observando a natureza e a paleta de cores do Criador, percebi partituras no páramo. Os céus têm musicalidade. As nuvens formam assim uma espécie de pentagramas, as claves são as fragatas, as notas os biguás. Os acidentes os pequenos insetos voadores e o compasso está exposto ao vento, talvez espumas, quem sabe brumas.
É possível formar uma nova sinfonia – perdoe a ousadia maestro Tom - para descrever este espetáculo de cores e nuances, essa explosão cintilante, policrômica, repleta de matizes.
Claro em Caê, o “Trem das cores” — “A Lua e a estrela, anel de turquesa... / …O oliva da nuvem chumbo ficando pra trás da manhã / E a seda azul do papel que envolve a maçã… / …E aquela num tom de azul quase inexistente, azul que não há...” dá o tom e a introdução, emendada com nossa Pimentinha, com Lô ou Bituca: “Um Girassol da Cor do Seu Cabelo”: “...A terra azul da cor de seu vestido / Vento solar e estrelas do mar... / ... Sol, girassol, verde vento solar...”. Nos primeiros brilhos da manhã, Babulina canta “...Que combinação de cores / Que perfeição tropica l/ Olha que rosa lindo / Azul turquesa se desfolhando...” em “O Homem da Gravata Florida”.
A segunda estrofe se descortina com a Abelha-Rainha provando o favo de mel, com açúcar e afeto: “...E vejo e peço/Dias de outras cores / Alegrias para mim / Pro meu amor / E meus amores...” em “Noite de cristal”. Caju exageradamente pergunta: “Qual é a cor do amor?”, “...Depois a cor / O amor tem cor? / Cada amor tem uma cor / Cada beijo tem uma cor / Cor de caramelo doce / Cor de madrugada fria.” O Trovador Solitário faz poema e arte, pintura em tela natural: “As cores que escolhi / Entre as tintas que inventei / Misturei com a promessa / Que nós dois nunca fizemos / De um dia sermos três / Trabalhei você / Em luz e sombra...” e em sombra e luz mais um amanhecer resplandecente, tudo em Acrilic On Canvas. Adrix completa esta etapa “...Prestando atenção em cores / Que eu não sei o nome / Cores de Almodóvar / Cores de Frida Kahlo / Cores! // Passeio pelo escuro...” da madrugada que, em azul-marinho, prenuncia a alvorada e “Vai prosseguir, vai dar pra lá do céu azul / Onde eu não sei, lá onde a lei seja o amor...” ‘Esquadros’ da ‘Cor do Som’.
Estribilho: “...Eu sou a luz das estrelas / Eu sou a cor do luar...” pelo imortal Maluco Beleza em “Gita”. “Amo tua voz e tua cor / E teu jeito de fazer amor...” com a madrugada, pelo Rapaz Latino-Americano em ‘Paixão’ e “Como se fosse o sol desvirginando a madrugada / Quero sentir a dor desta manhã... // ...Nascendo, rompendo, tomando / Rasgando...” pelo inesquecível Cantor-Rancor na sex music ‘Explode Coração’.
Nos acordes finais, novamente a Abelha-Rainha poetiza em favos de mel: “...Clara como a luz do Sol que tudo anima/Como a própria perfeição da rima para amor, ‘lá’ deve ser o céu da Cidade Maravilhosa aonde vamos ‘Em Busca das Canções Perdidas’.
E assim, “A tristeza vai transformar-se em alegria/E o Sol vai brilhar no céu de um novo dia / Vamos sair pelas ruas, pelas ruas da cidade...”
“Corra e olhe o céu / Que o sol vem trazer / Bom dia!...”.