por Alexsandro Souto Maior__
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Foto: OC. Gonzalez |
Concerto
sobre o pôr-do-sol
Pardais constroem a noite
Com o âmbar caído do céu
Esses pássaros cantam
Num coro dissonante
Uma melodia
De voos recolhidos
A preparar o solfejo do
silêncio
O inverso disso é manhã.
(SOUTO
MAIOR, Alexsandro . in A seiva, Recife:
Editora Villa Lux, 2020.)
Seiva
Toda poesia é seiva
Ela circula nos vegetais
Alimenta o corpo anoitecido
Enobrece a rua musguenta
E alvorece os vãos deste mundo.
(SOUTO
MAIOR, Alexsandro . in A seiva, Recife: Editora Villa Lux, 2020.)
Terceiro
dia
E a palavra
Renasce com os seus
penduricalhos
Um orvalho que vira verso
Uma teia escrita no ar por um
poeta
Um pássaro gorjeando em
concerto
Toda poesia é cheia de eternidade!
(SOUTO
MAIOR, Alexsandro . in A seiva, Recife: Editora Villa Lux, 2020.)
Alexsandro
Souto Maior - Escritor, ator, diretor de teatro, produtor
cultural, ator e professor de literatura. Em 1995, começou a fazer teatro. Ele
teve seus primeiros poemas publicados em 1997 nos jornais O pão e Diário do
Nordeste, ambos do Ceará. No ano de 1999, atuou na peça O Público, de Federico
Garcia L'orca, e Antônio Conselheiro, de Joaquim Cardoso. Em 1999, ao fundar
com Eron Villar o Engenho de Teatro, iniciou a sua trajetória na dramaturgia
com O terceiro dia. Foram dezenas de peças de teatro como Luzia no caminho das
águas (2005) 3º lugar no Prêmio Funarte de Dramaturgia (assinou a direção e as
músicas com Eron Villar); Jeremias e as Caraminholas (2011), ambas para criança
e juventude; Mariano, irmão meu, Prêmio Cidade de Manaus, teatro adulto, 2011.
No ano seguinte, estreou a peça Mariano, irmão meu, atuando ao lado de Tatto
Medinni, sob direção de Eron Villar. O autor também escreveu Alcateia, 2016; O
discurso do Rato, 2018/2019. Eu e os Avelós, Prêmio Cidade de Manaus, categoria
Teatro Adulto, 2017; Tempo de Flor, Prêmio Ariano Suassuna 2018, categoria de
teatro para criança e juventude. Em 2019, a peça foi montada pelo Grupo Pé de
Vento de Arcoverde. Além dos textos
dramatúrgicos, ele é autor das obras literárias: Servis Amores Senis, conto,
(2010); Árido, poesia, (2015); Inflamável, poesia, 2019. A Seiva, Menção
Honrosa pelo Prêmio Edmir Domingues, categoria poesia, concedida pela Academia
Pernambucana de Letras (2019). O livro
de contos, Inglórios (2021), é seu último trabalho.