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por
João Gomes__
Líria Porto (Araxá/MG), a quem entrevistei
para esta janela, me concedeu a oportunidade de editar mais um
trabalho seu a partir de duas seletas de poemas. Mesclando de um e
outro, cheguei ao volume em formato de e-book A
sede do rio não cede
publicado para ser lido gratuitamente por Vida Secreta
Publicações(http://vidasecreta.weebly.com).
Líria se chega para estar no mesmo catálogo que participam Adriane
Garcia (MG), Gerusa Leal (PE), Wilson Freire (PE) e Marcelino Freire
(SP).
Com
versos contundentes, diz muito em poucas palavras, conseguindo ora
ser trágica, ora ser humorada, dando novos sentidos ao que
acreditamos estar fechado em si mesmo. É uma poesia que penetra como
a água em qualquer superfície, nem que seja para deixar úmido a
matéria dura ou sugadora de afeto, encantamento e deleite. A
sede do rio não cede, título
que carrega sonoridade, ritmo e muito o que se dizer sobre a poesia
que produzimos no deserto catedrático que atravessamos.
torrão
o
rio caminha caminha
alcança o destino mas fica onde estava
um rio não larga as origens
embora se perca nas águas salgadas
a sede do rio não cede
alcança o destino mas fica onde estava
um rio não larga as origens
embora se perca nas águas salgadas
a sede do rio não cede
Sua
poesia é um aprendizado imagético, sintático, rico em todos os
sentidos, quando clareza e concisão vão de mãos dadas num amor
pela língua portuguesa capaz de emocionar e se fazer entender por
qualquer leitor. Líria é, como no seu nome, o porto onde se entrega
poesia num embarque e desembarque, porque ela sabe e escreve: “o
poeta tem ideia fixa”.
E
essa sua e nossa sede de rio nunca cederá à censura, à perseguição
de liberdades individuais ou mesmo festejo do que matou e nunca se
responsabilizou pelo que se fez. Que o poeta e o leitor tenha ideia
fixa, mas que seja naquilo que humaniza e possibilite a vida em sua
beleza mais real. Porque só a poesia pode humanizar o homem, só a
poesia pode humanizar o homem, só a poesia… é e sempre será o
meu mantra no rio de ressignificados onde tento nado/nada.