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 por aymmar rodriguéz __

 




 

por Raimundo de Moraes__




por Raimundo de Moraes__


Curadoria por Taciana Oliveira__

Foto: Ansel Adams


por João Gomes___ 

Raimundo de Moraes
Raimundo, sua trajetória carrega muito da performatividade artística que acontece no Recife. Escrever a partir dessa faceta cria na sua escrita algum estilo que o torna distinto de um poeta interiorano? E em que ano chegou Raimundo de Moraes no Recife?

Se o mar e o mangue desenharam o contorno do Recife, eu cheguei aqui talvez por intromissão e para destoar um pouco da paisagem, rsrs. Gosto dessa coisa das simultaneidades, de ser de um lugar e ao mesmo tempo não pertencer a lugar nenhum. A modernidade nos colocou todos num mesmo caldeirão cultural. Dessa forma, não vejo o litoral ou o interior como sendo um rótulo, uma maneira de me inserir na geografia de algum estilo. Ter nascido e crescido numa metrópole acrescentou (e acrescenta) algo ao mix de coisas que escrevo. Mas existem muitos interioranos mais urbanos e hightechs do que eu.
Não sei se o meu trabalho carrega a tal performatividade artística que você menciona. A tradição poética pernambucana de flertar com o teatro e a música é muito antiga, creio que antecede até mesmo a musicalidade dos poemas de Ascenso Ferreira. Talvez eu tenha influência dos recitadores de rua, como os companheiros que fizeram parte do Movimento de Escritores Independentes de Pernambuco (década de 1980) e de todo o cenário teatral do Recife daquele período, onde eu transitava, nos bastidores e nas plateias.

por Raimundo de Moraes__
Em homenagem ao 8 de março, o Mirada traz cinco entrevistas realizadas pelo escritor e jornalista Raimundo de Moraes, que fez das perguntas não só uma breve coletânea de opiniões, mas também um eclético painel sobre o universo feminino e suas múltiplas manifestações – seja na arte, no dia a dia e nos desafios do combate à violência contra as mulheres. 

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Gerusa Leal
O que te levou (e leva) a escrever?
Na base de tudo, a leitura. Fui uma criança muito introversiva, que sempre adorou ler, vício que adquiri com um pai também leitor inveterado, e escritor tão autocrítico que acabou pouco publicando. Até hoje prefiro ler. Escrever foi uma descoberta feita outro dia, há uns vinte anos quando, aposentada precocemente, me valendo da legislação previdenciária da época, e abrindo mão de quase um terço do salário, comecei a prcurar algo interessante para fazer.