por Divulgação__
JANEIRO É PALCO PARA TEMPO E MEMÓRIA A PARTIR DE HISTÓRIAS DE MULHERES COM MAIS DE 60 ANOS EM FILME E PROCESSO DE ESPETÁCULO, COM ACESSO GRATUITO, NA CAIXA CULTURAL DO RECIFE
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), pessoa idosa é toda aquela com mais de 60 anos nos países em desenvolvimento e com mais de 65 nos países desenvolvidos e o Brasil é o sexto país do mundo no que se refere à quantidade de pessoas com mais de 60 anos, sendo o envelhecimento da população a principal característica demográfica do planeta. Ainda assim, é comum que essa parcela da população seja vista como descartável no ocidente, especialmente por estar no limite do que se considera uma pessoa economicamente produtiva em uma sociedade capitalista. Dessa maneira, presenciamos, com frequência, o apagamento direcionado aos idoses por meio do abandono e do recorrente olhar que insiste em dar a vida desse grupo como acabada, ainda que esse comportamento seja um retrocesso já que descarta conhecimento, experiência e vivência de pessoas que atendem por muitos nomes, localidades, sonhos, desejos, tristezas, dores e histórias formando o tecido social e trazendo consigo perspectivas únicas, como todes nós.
O filme “Ensaio da memória”, dirigido por Natali Assunção, apresenta mulheres que falam, sentem e pensam tempo e memória partilhando experiências em um tecer conjunto que aborda questões referentes a vivências, amor, sofrimento, sonhos e sociedade. Esse é um encontro entre a artista e essas mulheres em um processo de fala e escuta em um desvelar de camadas que diz sobre elas, mas também sobre nós.
Já o espetáculo “Ensaio do agora” apresenta três atores que se encontram com as narrativas dessas mulheres e vivem uma experiência com direção e dramaturgia construídas pelo elenco composto por Analice Croccia, Domingos Júnior e Natali Assunção. A apresentação na Caixa cultural do Recife possibilita uma abertura de processo propondo a realização de um ensaio aberto dessa construção a fim de estabelecer uma troca entre público e artistas fomentando a formação de público, o debate sobre criação e temáticas abordadas e a partilha de uma pesquisa em diferentes linguagens que vem sendo desenvolvida na cidade.
Para que esse processo de troca se estabeleça, o evento conta ainda com uma roda de diálogo após cada apresentação. Na terça, quem media a conversa é a pesquisadora, documentarista e mestra em Educação, Juliana Lima. Ela é realizadora audiovisual desde 2010, integra a Associação dos Profissionais no Audiovisual Negro (APAN) e o coletivo Negritude Audiovisual Pernambuco e, atualmente, trabalha no desenvolvimento de roteiros de longa-metragens e séries para tv e streaming.
No dia 24, quem media o diálogo é a atriz, pesquisadora, dramaturga e produtora cultural HBlynda Morais, bixa, preta, gorda e não-binária. Mestranda em Educação Contemporânea (UFPE), licenciada em História (UPE), membro do grupo de Estudos de História e Gênero da UPE e GT de Gênero da Associação Nacional de Pesquisa em História (ANPUH), atuando principalmente nos seguintes temas: Identidades, Gênero e Sexualidades, Teoria Queer, Relações étnico-raciais, Direitos Humanos e Ensino de História.
O documentário se apresenta como uma possibilidade de revisitar memórias e propagar histórias valorizando nossas vivências e bagagens pessoais, além de servir como lupa para a sociedade da qual fazemos parte com suas belezas e feridas expostas, trata-se de um “testemunho de existências”. (SOLER, 2010, p. 10). Este trabalho pretende possibilitar, portanto, a propagação de narrativas de mulheres cujas narrativas, muitas vezes, são ignoradas.
SERVIÇO – CONTORNOS DO TEMPO
FILME - Ensaio da memória
Mediação: Juliana Lima
Data: 23.01
TEATRO - Ensaio do agora
Mediação: HBlynda Morais
Data: 24.01
Sempre às 20h - Entrada gratuita
Retirada dos ingressos no local, uma hora antes de cada apresentação
Local: Caixa Cultural do Recif
Realização: Memória em chamas (@memoriaemchamas)