por
Jorge Ventura de Morais & Ícaro Costa__
A Construção de Rabecas em Pernambuco: O caso Claúdio Rabeca
A Construção de Rabecas em Pernambuco: O caso Claúdio Rabeca
A
rabeca é um tradicional instrumento brasileiro que está presente em
grande parte das manifestações culturais do país. Definida por
Roderick Santos como um “instrumento de cordas tangidas por um arco
de crina animal ou sintética, desprovido de padrões universais de
construção, afinação ou execução”, a rabeca, por mais que não
se tenha uma ideia clara de sua origem, é contextualizada por Juarez
Bergmann Fº como um instrumento que surge a partir dos primeiros
contatos que artesões brasileiros tiveram com o violino europeu, se
estabelecendo, desta forma, como instrumento musical ligado às
práticas culturais de comunidades afastadas do processo de
industrialização e educação formal.
A
grande variedade de formas do instrumento e das técnicas de
construção podem ser observadas em várias partes do país. No
Nordeste, Roderick Santos vai considerar a existência de um tipo
específico de rabeca que resguarda características visuais
marcantes do violino, como o uso das quatro cordas, a cravelha, a
voluta e os “Fs” (Ver figura 1), além das técnicas de
construção e de encaixe do tampo, do fundo e das laterais, como
poderá ser observado no abaixo. Santos vai denominar este tipo de
instrumento de “rabeca-violino", que são os formatos mais
tradicionais da rabeca. Este tipo difere do “violino-rabeca”, que
são violinos utilizados por rabequeiros a partir de modificações
estruturais no instrumento.
por
Taciana Oliveira__
A
colagem ganha notabilidade depois da Segunda Guerra Mundial,
sobretudo com o nascimento da Pop Art, mas seu reconhecimento
artístico se inicia no século XX, quando artistas cubistas como
Picasso, Miró e Marx Ernst passam a utilizar da
técnica em suas obras. No cenário nacional podemos destacar nomes
como Hélio Oiticica e Lygia Clark. O artista
Caio Lucas, natural de Fortaleza é o nosso convidado para o
Corredor de Criação. Seus trabalhos com colagem expressam um
delicado discurso sobre a resistência e o afeto. Caio na sua
apresentação, por vezes irônica, expressa consciência e atitude:
Antes de tudo, um perdido no mundo, apaixonado pela vida e por
seus abismos. Filho de mãe solo e aborto paterno, artista nato. Arte
enquanto ferida que nunca sara, não é belo sentir a dor e o
desespero da humanidade. Fragmentos, todos nós somos, pequenas
partículas de átomos, elétrons e nêutrons. Há alguns anos estudo
arte colagem e, a cada dia, percebo as infinitas
possibilidades que temos ao trabalhar com papel. A colagem é a arte
de reciclar o mundo e as emoções. Hoje tenho a colagem como fonte
de pesquisa na área terapêutica, cada processo do colar é além de
tudo, estimulo ao sistema motor e cognitivo: pesquisar imagens,
recortar, desconstruir e reconstruir e, por último, colar. A colagem
também tem uma função ecologicamente correta, de reutilizar papéis
e outros materiais pra compor a obra. RESSIGNIFICAR, essa é uma
palavra chave para definir a colagem na minha vida!
Ansiedade, Caio Rocha |